Alertas de desmatamento tiveram
aumento de 9% entre julho de 2013 a agosto de 2014.
Presa quadrilha que desmatava em assentamentos,
terras indígenas e em duas florestas nacionais para lotear e vender terras
públicas.
A área dos alertas de desmatamento na Amazônia
Legal aumentou 9% entre julho de 2013 a agosto de 2014. Os dados são do Deter,
sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registra, em
tempo real, as áreas possivelmente desmatadas ou degradadas no bioma e serve
para orientar as ações de fiscalização. O Pará é o estado com a maior área de
alertas. A região do município de Novo Progresso, às margens BR-163, responde
por 20% das detecções em toda a Amazônia Legal e 63% no estado. Rondônia e
Amazonas também registraram aumento nos alertas. No Mato Grosso, houve queda de
17%.
O município foi alvo da maior operação de repressão ao desmatamento de 2014.
“A resposta do governo veio com mão de ferro: desbaratamos a maior organização
criminosa que explorava o desmatamento no sul do Pará”, afirmou nesta
sexta-feira (29/08) o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do Ibama,
Luciano Evaristo.
QUADRILHA
A expectativa é que em setembro os alertas caiam,
avalia Evaristo. “Eles (os desmatadores) agora não terão acesso ao dinheiro que
financia o desmatamento”, acrescentou Evaristo. ”Quem estiver derrubando a
floresta vai interromper o corte porque não terá como receber pelo trabalho
ilegal.”
Polícia Federal, Ibama, Ministério Público e
Receita realizaram na última quinta-feira (28/09) a Operação Castanheira, no
município de Novo Progresso, no Pará, desarticulando uma quadrilha que
desmatava em assentamentos, terras indígenas e em duas florestas nacionais para
lotear e vender terras públicas. Oito integrantes da organização criminosa
foram detidos em três estados, bens e contas bancárias bloqueadas e seis ainda
estão foragidos. Evaristo explicou que já foram realizadas outras ações contra
os desmatadores, mas eles se reorganizavam e voltavam a desmatar.
Segundo a Polícia Federal, os prejuízos para a
União chegam a R$500 milhões. Os presos vão responder por sonegação fiscal,
lavagem de dinheiro, invasão de terras públicas e falsificação e podem pegar
até 50 anos de prisão. O trabalho de investigação que desmontou a espinha
dorsal da organização criminosa começou em março e teve seu desfecho esta
semana, mas o Ibama manterá a fiscalização rigorosa em Novo Progresso.
O Deter detecta áreas maiores que 25 hectares,
mas sem diferenciar áreas onde a supressão da vegetação é autorizada pelo
governo ou ilegal. O sistema não se destina a medir as taxas de desmatamento, o
que é feito pelo Prodes anualmente.
Fonte: MMA
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