Não há previsão de recuperação
hídrica dos reservatórios, diz NOS.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que o órgão não pretende alterar a decisão
de preservar os reservatórios nas cabeceiras dos rios até chegar a estação de
chuvas no país. Segundo ele, apesar da escassez, a medida tem dado resultado,
mesmo com os conflitos de interesse. Chipp também informou que não é possível
avaliar quando começará a recuperação hídrica dos reservatórios.
Chipp informou que estudos de meteorologia
apontam que há possibilidade razoável da estação úmida acontecer dentro da
normalidade, ou seja, em meados de setembro pode começar a transição para a
estação chuvosa e a tendência é atingir a normalidade em outubro. “Certeza
disso a gente nunca tem, de 15 em 15 dias a gente tem reunião, às vezes de
semana em semana. A próxima reunião vai ser no dia 2, porque tem uma reunião do
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e eu sempre apresento o quadro mais
recente”, explicou.
O diretor disse que não é possível avaliar quando
se dará a recuperação dos reservatórios após o início do período de chuvas. “A
gente não pode dizer se vai chover com a mesma intensidade ou com a intensidade
que a gente precisa em todas as bacias. Então a gente não tem a certeza do que
vai acontecer. Tem que esperar mais um pouco até esta previsão se configurar”,
disse.
Chipp participou da abertura do 5º Brazil
Windpower, promovido anualmente pela Associação Brasileira de Energia Eólica
(ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e pelo Grupo
CanalEnergia. O encontro reúne representantes das principais empresas da cadeia
produtiva da indústria de energia eólica.
Também na abertura, o presidente da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que, apesar de 2014 ser
um ano de hidrologia ruim, os reservatórios estão atualmente 8 pontos
percentuais acima do registrado em 2001, quando houve a crise de energia no
país.
Para Tolmasquim, a diferença entre os dois
períodos explica-se por dois motivos: o crescimento da capacidade instalada
atualmente é maior do que o aumento do consumo e a diversificação da matriz
energética. “Se pegarmos entre 2005 e 2014, as térmicas a combustível fóssil,
que agora estão ajudando a evitar o racionamento, cresceram ao ritmo de 13 % ao
ano. A demanda cresceu 5% ao ano. Se pegarmos as térmicas a bagaço de cana, e
agora é justamente o período da safra, elas cresceram seis vezes desde 2005.
Hoje temos 11 mil megawatts de térmicas que funcionam a biomassa. É uma [Usina
Hidrelétrica de] Belo Monte de térmicas a biomassa”, explicou.
Na energia eólica, o setor está prevendo terminar
o ano com 7,2 gigawatts (GW) instalados. Segundo a presidenta da ABEEólica,
Elbia Melo, o número é baseado no que foi vendido nos leilões e que é agregado
a cada ano. Para o futuro, a perspectiva é crescer ainda mais .”Nós vamos
chegar no final de 2018, com tudo que já vendemos até agora, com 14,2 GW
instalados. Isso é mais ou menos 8% da matriz [energética brasileira]”,
informou, acrescentando que os atuais 5 GW de capacidade instalada representam 4% da matriz.
Fonte: Agência Brasil
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