Leguminosa típica do cerrado,
conhecida por favela, promove inclusão social de 2 mil agricultores familiares.
Fundação BB apoia centro de capacitação dos
trabalhadores. Projeto ajuda a preservar o bioma Cerrado nos estados de Goiás,
Minas Gerais, Bahia e Tocantins
Por Dalva
de Oliveira, Fundação BB
Uma
leguminosa típica do cerrado, conhecida por favela (Dimorphandra molles), tem
gerado renda e inclusão social para 2 mil agricultores, assentados da reforma
agrária, pescadores, extrativistas, vazanteiros e guias turísticos, que vivem
em 74 municípios dos estados dos Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins. A
favela desperta grande interesse na indústria farmacêutica. De seus frutos,
colhidos entre maio e junho, são extraídas substâncias como a rutina, usada no
tratamento do glaucoma e de doenças circulatórias, e a quercetina, açúcar
utilizado em complementos alimentares.
Além de
garantir melhora na qualidade de vida dos agricultores, o projeto
Agroextrativismo Sustentável da Favela, vencedor do Prêmio Fundação BB de
Tecnologia Social 2007, ajuda a preservar o bioma Cerrado, pois não são
utilizados agrotóxicos no manejo da planta nem práticas nocivas ao meio
ambiente. A tecnologia social foi concebida pelo Centro de Desenvolvimento
Agroecológico do Cerrado (Cedac) e seus trabalhadores integram a Rede de
Comercialização Solidária de Agricultores Familiares e Extrativistas do Cerrado
(Coopecerrado).
De acordo
com a coordenadora do Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado
(Cedac), Alessandra Karla da Silva, em 2013, o projeto obteve uma supersafra da
favela com quase 300 toneladas, que corresponde ao rendimento de R$ 367,5 mil.
O produto é vendido para empresas do Maranhão e de São Paulo, e as substâncias
extraídas são exportadas para os Estados Unidos e Bélgica. O Cedac fez um
estudo sobre a estimativa do extrativismo da favela e o resultado foi que só no
ano 2013, o mercado internacional movimentou um total de 12 bilhões de dólares.
Com investimento social da Fundação BB, o Cedac
implementou um centro de formação em agroecologia, em Goiânia (GO), que oferece
às famílias cursos em manejo de frutos do cerrado, beneficiamento, produção
agroecológica e certificação orgânica. Por ano, mais de 400 pessoas são
capacitadas.
A Fundação BB investiu também na reaplicação de
algumas tecnologias sociais e na compra de um micro-ônibus, utilizado no
transporte dos cooperados durante a realização dos cursos. Além da favela, os
agricultores também trabalham com outros vegetais do cerrado, como baru,
jatobá, pequi e sucupira. No total são duzentas plantas manejadas, cultivadas e
comercializadas pela Coopcerrado.
Fonte: EcoDebate
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