Nuclear em baixa, solar em dúvida.
por
Redação do Greenpeace
Instalação de paineis solares por voluntários.
Foto: © Nathalie Bertrams / Greenpeace.
O debate entre presidenciáveis promovido pela CNBB
na última terça-feira (16) trouxe sinalizações relevantes sobre as perspectivas
do atual governo para o setor de energia.
Por um lado, a presidente Dilma Rousseff indicou
que energia nuclear está longe de ser uma prioridade. Apesar de não descartar a
conclusão das obras da usina de Angra 3, declarou que não vê o investimento em
nuclear como necessário ou tampouco estratégico, mostrando concordar que o
Brasil não precisa dessa fonte de energia altamente poluidora e insegura – algo
defendido pelo Greenpeace e por várias organizações e movimentos que se opõem à
energia nuclear no Brasil e no mundo.
Por outro lado, Dilma mostrou que ainda existe
resistência ao investimento em energia solar, afirmando não crer que essa fonta
tenha potencial para se tornar protagonista no país.
Infelizmente, neste ponto Dilma vai contra toda
evidência científica disponível, e do planejamento feito pela própria Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), órgão do seu próprio governo, segundo o qual até
2050 nossa matriz contará com 118 GW de energia solar. A posição da EPE segue o
mesmo rumo do proposto pelo Greenpeace em seu relatório [R] evolução energética
(link).
A história, pelo visto, se repete: há alguns anos o
governo também não valorizava o potencial da energia eólica, que hoje já
compete em custo com hidrelétricas e cresce a passos largos. Não há, assim,
porque continuar duvidando do potencial do Sol – fonte ideal para complementar
uma matriz baseada em hidrelétricas, como a nossa – e adiando investimentos
cruciais para que o país consiga garantir, no caso da falta de chuva, luz e preços
estáveis. O que falta é só vontade política.
Energia é tema quente nestas eleições, e felizmente
o debate sobre novas fontes renováveis está mais forte do que nunca. Seguiremos
pressionando todos os candidatos a assumirem compromissos cada vez mais consistentes
e significativos. A pressão apenas se ampliará para cima de quem quer que seja
eleito a partir do ano que vem!
Fonte: Greenpeace
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