Mais e mais americanos optam por
‘microcasas’ para economizar e poupar meio ambiente.
Charlotte, na Carolina do Norte, é uma das cidades
onde moradores enveredam pelas “minicasas”
Mais e mais americanos estão construindo casas
pequenas, atraídos pela perspectiva de obter maior liberdade financeira e um
impacto ambiental menor.
A cidade de Charlotte, no Estado da Carolina do
Norte, é uma das cidades americanas em que moradores estão enveredando pelo
caminho das “minicasas”.
Quando Sicily Kolbeck disse pela primeira vez a
seus amigos que estava construindo a sua própria casa, de um modo geral eles
acreditavam que ela estava se referindo a uma casa de bonecas.
“Eu ouvi muita gente dizer: ‘Que bonitinho’.” Mas
na realidade, Sicily, de 13 anos, queria se juntar a um movimento crescente. A
adolescente não tinha qualquer experiência de construção quando leu pela
primeira vez na internet sobre essas casas mais modestas. Ela então resolveu
construir a sua própria.
“Eu estava acostumada a construir fortes, só que
eles eram feitos de lençóis”, conta. Em termos de falta de experiência, Sicily
não é assim tão diferente de outros construtores de microlares.
“A maior parte das pessoas interessadas em
microcasas não tem qualquer experiência com construção”, afirma Ryan Mitchell,
de 30 anos, que é dono da empresa The Tiny Life e que organizou a Primeira
Conferência de Minicasas, realizada em Charlotte, no início de abril.
Menores, mas não mais fáceis
Mas construir pequeno não significa construir mais
fácil, já que muitas minicasas normalmente utilizam os mesmos materiais e fazem
uso das mesmas convenções de estruturas que casas tradicionais.
A conferência realizada por Mitchell em uma reserva
ambiental de Charlotte teve seus ingressos esgotados. E os participantes se
debruçaram sobre as várias tecnicalidades de desenhar e construir microlares.
Segundo Dee Williams, de 51 anos, e uma das
proprietárias destas microcasas, muita coisa mudou desde que ela construiu sua
casa de 7,8 metros quadrados, em 2004.
“Não sei de ninguém que estivesse construindo uma
microcasa naquela época em lugar algum”, relembra.
Uma mulher enérgica, Williams foi uma pioneira no
movimento das microcasas e uma das principais palestrantes do evento em
Charlotte.
Ela criou a companhia Portland Alternative Dwellings,
que oferece consultoria e aulas a respeito de microcasas. Quando ela começou,
não havia quem oferecesse esse tipo de know-how, há uma década.
A fim de concluir sua aconchegante casa de cedro
onde vive, Williams se debruçou sobre livros de construção e pediu conselhos a
carpinteiros. Ela procurou nos classificados anúncios de madeira recuperada e
clarabóias.
Interesse só aumenta
Nos anos após Williams ter finalizado sua casa, uma
riqueza de fontes sobre casas pequenas surgiu. Muitas das ofertas são digitais:
e-books, plantas e guias de construção estão disponíveis online, e há dezenas
de pequenos blogs sobre essa modalidade.
O YouTube – que não existia quando Williams estava
construindo sua casa – tem milhares de vídeos com instruções que oferecem orientação
sobre tudo, desde a instalação da fiação elétrica ao corte de vigas.
O site Tinyhouselistings.com é ideal para aqueles
que querem comprar ou alugar. Já a rede de televisão A&E anunciou que
começará a transmitir um reality show, o Tiny House Nation (Nação das
Microcasas, na tradução literal), em julho.
Orgulho
Para muitos proprietários, suas casas oferecem
muito mais do que abrigo – elas representam um marco no desenvolvimento
pessoal. Este certamente foi o caso de Sicília Kolbeck .
Ela começou a construir sua casa no início de 2013,
aos 12 anos. O pai, Dane, era seu parceiro na construção. Mas, apenas algumas
semanas após eles lançarem juntos as vigas do piso, Dane morreu em um acidente
de carro.
Inicialmente, Sicília sofreu para recuperar a
vontade e continuar a construir, diz sua mãe, Suzannah Kolbeck. Mas ambas
concordaram que não iriam abandonar a casa.
“Ela voltou a todo o vapor”, disse Kolbeck. “Suas
impressões estão por toda a casa”.
Sicília agora está colocando os toques finais na La
Petite Maison, nome que ela deu a sua elegante casa azul escura.
“Eu definitivamente tive momentos em que eu meio
fiquei olhando e pensando, ‘Uau, eu construi isso’”, diz ela.
Fonte: BBC News / BBC Brasil
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