ONU e UICN alertam que corais do
Caribe podem desaparecer em 20 anos.
A maioria dos arrecifes de coral do Caribe pode
desaparecer em 20 anos, devido à sobrepesca do peixe-papagaio, que come as
algas invasoras dos corais, e ao desaparecimento dos ouriços-do-mar, advertiram
nesta quarta-feira (3) a ONU e a União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN).
Atualmente, resta apenas um sexto dos arrecifes
de coral nessa região do mundo, segundo estudo [Status and Trends of
Caribbean Coral Reefs: 1970-2012] publicado pelo Pnuma (Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente) e a UICN.
“A maioria dos arrecifes coralinos do Caribe
poderia desaparecer nos próximos 20 anos”, advertem os especialistas.
De acordo com o estudo, desde a década de 1980
desapareceram mais de 50% da superfície ocupada pelos corais no Caribe.
“Os arrecifes coralinos do Caribe registraram
perdas maciças desde o início dos anos 1980, devido à atividade humana”,
escreveram os especialistas, que citam a explosão demográfica, a sobrepesca e a
contaminação costeira.
Durante muito tempo, as mudanças climáticas foram
responsabilizadas pela deterioração dos corais. Mas embora continue sendo uma
“séria ameaça” porque favorece a acidificação dos oceanos e o branqueamento dos
corais, o que detém ou retarda seu crescimento, o aquecimento global deixou de
estar na alça de mira dos especialistas.
Segundo o informe, o desaparecimento dos
peixes-papagaio, devido à sobrepesca humana, e dos ouriços-do-mar, mortos
maciçamente em 1983 por uma doença ainda não identificada, são as principais
causas da deterioração dos corais do Caribe, pois as duas espécies se alimentam
das algas que invadem os corais.
O diretor do Programa para o Entorno Marinho e
Polar da UICN, Carl Gustaf Lundin, explica que “se há algas demais, é muito
difícil restabelecer os corais, daí a necessidade de mudar a forma de gerenciar
a pesca nestes países, lutando contra a sobrepesca, proibindo a pesca muito
perto da costa e a pesca com rede”.
Também é necessário, assegurou, que os países
regularizem e reduzam a construção costeira. As autoridades devem, ainda,
gerenciar melhor o tratamento de águas residuais, evitando lançá-las perto dos
arrecifes.
Segundo o informe, os corais que melhor
sobrevivem são os que abrigam grandes colônias de peixes-papagaio. É o caso do
Setor Marinho Nacional americano, no norte do Golfo do México, nas Bermudas e
em Bonaire (Antilhas Holandesas), onde as autoridades limitaram, ou proibiram a
pesca que afeta esses peixes.
Outros países vão seguir esses passos. Barbuda se
prepara para proibir a pesca de ouriços e peixes-papagaio e prevê transformar
um terço de suas águas costeiras em reservas marinhas.
Outros arrecifes não protegidos correm grande
risco, como na Jamaica, mas também na Flórida, entre Miami e Key West, nas
ilhas Virgens americanas.
Downloads
- Caribbean
Coral Reefs – Status Report 1970-201227.99MB
- Executive
Summary Status and Trends of Caribbean Coral Reefs: 1970-20124.59MB
- Résumé
Executif Caribbean Status Report4.60MB
- Sumario
Ejecutivo Caribbean Status Report4.59MB
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