Falta de gestão federal aumenta o
desmatamento na BR-163, aponta o Instituto Socioambiental (ISA).
Um levantamento feito pelo Instituto
Socioambiental (ISA), a partir dos novos dados do Deter, operado pelo INPE, e do Sistema de
Alertas de Desmatamento (SAD), do Imazon, aponta a falta de gestão do governo
federal como principal razão para o aumento do desmatamento na parte paraense
da rodovia BR-163. O levantamento foi divulgado no último dia 4 de agosto.
Os dados do monitoramento analisados pelo ISA
indicam crescimento tanto do corte raso quanto do número de focos de calor ao
longo do trecho da rodovia que passa pelos municípios de Altamira e Novo
Progresso, no sul do Pará. Essa é a área cujo asfaltamento, anunciado em 2002,
desencadeou uma intenso processo de especulação fundiária.
A ONG interpreta que a falta de compromisso do
Governo Dilma Rousseff em implementar as medidas previstas no Plano BR-163
Sustentável, lançado em 2006, após longas negociações com entidades civis,
comunidades e produtores locais, explica o descontrole do desmatamento. Embora
várias unidades de conservação tenham sido ali criadas para ordenar a ocupação
dessa parte da Amazônia – ainda quando Marina Silva comandava o Ministério do
Meio Ambiente –, “a ausência do poder público continuou e favoreceu a grilagem
e as ocupações ilegais (de terra)”.
Segundo a entidade, “hoje, com o asfaltamento em
fase de conclusão, milhares de caminhões carregados de soja transitam
diariamente pela parte paraense da BR-163, atravessando territórios sem
ordenamento fundiário, glebas federais sem destinação nem gerenciamento e
assentamentos de reforma agrária deixados ao abandono”. O levantamento completo
feito pelo ISA pode ser lido aqui.
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