Rio Branco registra a maior cheia
dos últimos 132 anos.
por
Redação do WWF Brasil
Já está em curso a campanha “Acre Solidário” que
visa arrecadar mantimentos para os desabrigados © Agência de Comunicação do
Acre.
Enquanto o Sudeste brasileiro sofre com a falta de
chuvas, no outro extremo do País a situação é bastante diferente – o Rio Acre,
que atravessa todo o Estado de mesmo nome, no norte do Brasil, passa por uma
cheia histórica, que desde a semana passada causa enormes prejuízos à população
de vários municípios.
Nesta quinta (5) pela manhã, o Rio Acre marcava um
altura de 18,34 metros, quando o normal seria de apenas 14 metros. Números
oficiais dão conta de que somente na capital Rio Branco 2.260 famílias, mais de
nove mil pessoas tiveram que sair de suas casas.
Essa é a maior cheia já registrada desde que a
medição da altura do rio começou a ser feita, em 1883. O índice mais alto
atingido pelo Rio Acre até então era de 17,66 metros, fenômeno ocorrido em
1997.
A situação em Rio Branco é atípica: mais de 53
bairros da capital foram invadidos pelas águas e mais de 83 mil pessoas sofrem
com as consequências da cheia. O governo acreano calcula que 24 mil imóveis
tenham sido afetados e, no último domingo, dia 1º, o prefeito Marcus Alexandre
decretou estado de calamidade pública.
Mudanças climáticas
O coordenador-adjunto do Programa Amazônia do
WWF-Brasil, Ricardo Mello, chamou a atenção para o fato de que o rio ainda deve
subir, agravando os prejuízos.
“Apesar de não termos uma única explicação para
esse fenômeno, o aumento da frequência e da intensidade dos ciclos de enchentes
e secas que estamos vivendo nos leva a perguntar se esse desequilíbrio não é
causado pela ação do homem, parte do processo que conhecemos como ‘mudanças
climáticas’. As chuvas que deveriam ir ao Sudeste ficaram por aqui e estão causando
um grave problema para nós”, disse o coordenador.
Ricardo lembrou que o WWF-Brasil possui uma sede em
Rio Branco – que foi fechada por causa da enchente – e que a organização
trabalha há mais de dez anos junto ao Governo do Acre desenvolvendo ações e projetos
de conservação.
“No momento, todos os órgãos públicos e
organizações estão voltados para o atendimento aos desabrigados, que são as
pessoas que mais necessitam de atenção agora”, afirmou.
Ricardo declarou, porém, que a sociedade brasileira
deve estar atenta e que certas medidas de adaptação, como recuperação de matas
ciliares e ações de ordenamento urbano, devem ser tomadas para que situações
como essa não se repitam.
Solidariedade
O WWF-Brasil se solidariza com o drama dos acreanos
e pede apoio à campanha Acre Solidário, iniciada pelo Governo do Estado para
dar assistência aos desabrigados. O foco da campanha é arrecadar principalmente
alimentos não perecíveis.
Em Rio Branco, os donativos podem ser entregues em
vários órgãos públicos, como na Central de Serviço Público (OCA), na Avenida
Brasil; no Palácio das Secretarias; no Quartel da Polícia Militar; na Casa
Civil; e nas secretarias e autarquias estaduais.
Pessoas de fora do Acre que querem ajudar podem
obter informações nos telefones (68) 3215- 2811 e (68) 9205-5089 e receber
orientações. O Banco do Brasil criou também uma conta corrente para receber
depósitos: conta corrente 500-2, agência 0071-X.
Fonte: WWF Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário