Votação sobre eucalipto
transgênico é adiada.
por
Redação do Greenpeace Brasil
Camponeses protestam contra liberação de
transgênicos. Foto: Divulgação MST.
Após protestos de camponeses, CTNBio adia decisão
sobre eucalipto geneticamente modificado; milho resistente ao agrotóxico 2,4-D
foi aprovado.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) aprovou ontem duas novas variedades de milho transgênico, uma delas
resistente ao agrotóxico 2,4-D, conhecido mundialmente por ser um dos
ingredientes da arma química Agente Laranja usada na Guerra do Vietnã. A
votação da liberação comercial do eucalipto transgênico foi adiada após
protestos, e será retomada no próximo mês.
Cerca de 300 camponeses da Via Campesina ocuparam a
sala na qual acontecia a reunião da CTNBio, em Brasília, para protestar contra
a aprovação das novas espécies de organismos geneticamente modificados. No
momento da ocupação, os dois pedidos de liberação comercial de milho
transgênico já tinham sido aprovados. A polícia foi chamada, mas não houve
confronto. Diante do impasse, a reunião foi cancelada e a decisão sobre o
eucalipto transgênico foi adiada para abril.
Mais cedo na manhã de ontem, cerca de mil mulheres
do MST (Movimento Sem Terra) dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais ocuparam uma fábrica da FuturaGene Brasil / Suzano no município de
Itapetininga, em São Paulo. O objetivo da ocupação também era protestar contra
a possível liberação da árvore geneticamente modificada.
Veja o vídeo da ocupação:
“O eucalipto transgênico da FuturaGene / Suzano não foi totalmente estudado e seus impactos no meio ambiente são ainda desconhecidos. Camponeses e consumidores estão preocupados e a sociedade está mobilizada para pedir que essa liberação não aconteça”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de agricultura e alimentação do Greenpeace. “Resta saber se a CTNBio vai ouvir os pedidos da sociedade ou se vai priorizar os interesses de uma única empresa”, completou ela.
Embora o adiamento da decisão sobre o eucalipto transgênico seja uma boa notícia, a aprovação das duas novas variedades de milho é preocupante por seu alto potencial de danos à saúde e ao meio ambiente. Em março de 2014, o Ministério Público pediu a suspensão de diversos tipos de agrotóxicos usados no Brasil, dentre eles o 2,4-D e o glifosato, amplamente usados em culturas transgênicas.
Fonte: Greenpeace Brasil
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