Água: em busca do tempo perdido.
por
Luciano Dantas, do Greenpeace
Aliança pela Água reúne especialistas hídricos para
discutir soluções
Captar água da chuva, fiscalizar valores cobrados
pela indústria da água e recuperar áreas de mananciais. Essas são algumas das
soluções apresentadas no Chamado à Ação, documento elaborado pela Aliança
pela Água, lançado em encontro de especialistas hídricos realizado
na última sexta-feira, 16/03/2015, na unidade Consolação do Sesc, na capital
paulista.
Em meio à maior crise hídrica que o estado de São
Paulo enfrenta nos últimos 80 anos, a intenção do evento era contextualizar e
buscar soluções para a falta d’água. Foto: ©Greenpeace/Luciano Dantas.
“2014 foi um ano perdido no enfrentamento da crise
(hídrica)”. A frase de Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água e do
Instituto Socioambiental (ISA), abriu o encontro dando um claro parecer sobre a
responsabilidade do Governo do Estado pela escassez de água nas torneiras
paulistas.
O debate “Garantir água em situação de emergência”,
mediado pela jornalista ambientalista e integrante do coletivo Cisternas Já,
Claudia Visoni, contou com a presença de Carlos Tadeu, do IDEC, a pesquisadora
Renata Moreira e Ricardo Guterman, do Coletivo de Luta Pela Água. “Não se
supera um momento como esse sem o apoio da população. A falta de transparência
só atrapalha. É preciso enxergar que a escassez de água é permanente”, afirmou
Carlos Tadeu.
Já a mesa “Programas e ações para a recuperação
imediata de áreas degradadas e Áreas de Preservação Permanente (APPs) nos
mananciais”, mediada por Rebeca Lerer, coordenadora de comunicação da Aliança,
contou com Eduardo Ditt, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Samuel
Barreto, da The Nature Conservancy (TNC-Brasil), Luciana Travasso, bacharel em
Planejamento Territorial pela UFABC e Maria Cecília Wey de Brito, da WWF
Brasil.
“Planos hídricos brasileiros correspondem a obras e
mais obras, e todos sabemos que água não nasce em tubo. É preciso entender de
uma vez por todas que a Lei das Águas precisa ser revisada e alterada”, afirmou
Samuel Barreto, em meio a uma discussão que deixou evidente a necessidade de
rever e alterar as políticas de proteção de áreas verdes em torno, ou não, de
mananciais. “No Brasil, armazenamos, consumimos e descartamos água sem pensar
em seu reuso. É preciso pensar num plano que integre a água, a floresta e o
solo”, completa Barreto.
Fonte: Greenpeace Brasil
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