Brasil mobiliza gestores e
sociedade civil para contribuir com futuro das cidades.
por
Redação da ONU Brasil
Através do grupo de trabalho e as consultas pela
plataforma Participa Brasil, o país garante a inclusão de todos nos debates de
preparação para a Habitat III, conferência que adotará um novo plano para
garantir a sustentabilidade das cidades do mundo.
Vista área de São Paulo, uma das grandes
megalópoles do mundo. Foto: Wikicommons/Ana Paula Hirama (CC).
Sensibilizar os gestores públicos e a sociedade
civil para participar do processo de preparação da Terceira Conferência das
Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Hábitat
III) foi um dos objetivos do Seminário Nacional Habitat III – Participa Brasil,
un evento de três días realizado em Brasilia, no final de fevereiro. A
Conferência Hábitat III acontece em Quito, Equador, de 17 a 21 de outubro de
2016.
O Ministério das Cidades, o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), o Conselho das Cidades, o Ministério das Relações
Exteriores e a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
República são parceiros nesta iniciativa.
“É muito importante a criação do Grupo de Trabalho,
a organização de consultas por meio da plataforma Participa Brasil e a
estruturação de amplas discussões sobre indicadores como provas dos esforços
realizados pelo governo brasileiro para qualificar o debate e garantir uma
participação efetiva na preparação do país para Habitat III”, declarou na
abertura do evento o principal representante de Assentamentos Humanos do
Programa da ONU para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Alain Grimard.
Durante o seminário se fez um balanço dos temas
urbanos nos últimos 20 anos, quando aconteceu a Conferência Hábitat II em
Istambul, Turquia, e se fez uma análise sobre os velhos e novos desafios do desenvolvimento
urbano e a forma como deverão ser tratados dentro da Nova Agenda
Urbana, que para a maioria dos participantes deve incluir os direitos humanos.
“A partir dos relatórios nacionais, o ONU-Habitat e
a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) vão elaborar um relatório
regional que tenha uma visão conjunta para o futuro urbano da América Latina e
o Caribe”, afirmou Grimard, que adiantou que o trabalho feito em Brasília será
útil para consolidar a posição brasileira durante o segundo Comitê Preparatório
Hábitat III, que será em Nairóbi, Quênia, de 14 a 16 de abril.
Água e Direito à Cidade
Na pauta do evento esteve o papel dos governos
locais nas redes de cidades e cenários internacionais, desde a perspectiva da
governança das 12 regiões metropolitanas brasileiras.
Os acordos internacionais da agenda socioambiental foram discutidos no segundo dia, que teve a participação do relator especial da ONU sobre os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento, o engenheiro ambiental Leo Heller.
Também aconteceram diálogos sobre os meios de vida
e a inclusão social nas cidades, dando visibilidade às fraturas socioespaciais
e a oportunidade que representa empoderar as pessoas que pertencem a grupos
vulneráveis.
O Direito à Cidade não ficou de fora. Tema que já
havia sido levantado pelo Brasil na conferência Habitat II, voltou ao debate
durante o encontro. Participantes e representantes das diversas instituições
concordaram que o país manteve um papel estratégico na inclusão do tema em
eventos internacionais, como a Quinta Sessão do Fórum Urbano Mundial (Rio de
Janeiro, 2010) e suas edições posteriores, em Nápoles (2012) e Medellín (2014),
além da Conferência Rio+20, em 2012.
“O potencial do caráter participativo dado ao
processo vai alavancar esforços para uma visão cada vez mais abrangente e
integrada do desenvolvimento urbano sustentável”, disse Grimard, que considera
Hábitat III como o ponto de inflexão para um novo engajamento e compromisso
global a favor de um desenvolvimento urbano sustentável, onde os
Estados-Membros da ONU deverão estar de acordo para a implementação da Nova
Agenda Urbana para os próximos 20 anos.
Fonte: ONU Brasil
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