Campanha por desinvestimento em
combustíveis fósseis ganha apoio das Nações Unidas.
por
Redação do Observatório do Clima
Foto: wwwuppertal.
Secretariado da Convenção do Clima entra na
mobilização, que pode ganhar força até a conferência de Paris.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (UNFCCC) aderiu às mobilizações globais pelo desinvestimento em
combustíveis fósseis. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a UNFCCC
afirmou estar emprestando a sua “autoridade moral” para a campanha de
desinvestimento porque compartilha da ambição por um acordo forte para combater
o aquecimento global na Conferência do Clima de Paris, em dezembro.
A campanha pelo desinvestimento cobra de governos,
empresas e instituições a retirada de recursos de combustíveis fósseis. Os
ativistas argumentam que o investimento no setor é um perigo tanto para o clima
quanto para o capital dos investidores.
Em 15 de fevereiro, a ação no chamado “Dia Mundial
do Desinvestimento” contou com manifestações em países como Estados Unidos,
Inglaterra, Suécia, Vietnã, Austrália, Nova Zelândia e Noruega. Os responsáveis
pela mobilização são os membros da 350.org, organização que atua pela
diminuição das mudanças climáticas e seus impactos. De acordo com a 350.org, a
campanha de desinvestimento está em mais de 60 países. O Brasil não está entre
eles.
O porta-voz da UNFCCC, Nick Nuttall, falou ao
Observatório do Clima sobre a importância da campanha. “Na verdade, a ciência é
clara: é preciso encontrar o equilíbrio de como podemos gerar, produzir e
utilizar energia, a fim de ter mais energia limpa e eficiência energética e
menos combustíveis fósseis, especialmente o carvão.”
Ele afirma que a campanha não é a única resposta,
ou o que chamou de “bala de prata”, mas parte da compreensão de que medidas
urgentes são necessárias para evitar consequências ainda mais trágicas das
mudanças climáticas.
Após os atos de 15 de fevereiro, a 350.org divulgou
alguns resultados da campanha. De acordo com nota da equipe do Dia Mundial de
Desinvestimento, em todo o mundo, mais de 200 cidades, universidades e
instituições se comprometeram em desinvestir, retirando cerca de US$ 50 bilhões
em recursos para os combustíveis fósseis.
Nuttall comemora a o desinvestimento e adesão por
parte das instituições e governos de algumas cidades pelo mundo. “É um sinal de
que podemos mover o mundo em direção a um futuro de baixo carbono, com cada vez
menos queima de combustíveis fósseis.”
A campanha tem recebido respostas e críticas
pontuais do setor que pode ser impactado com a diminuição de recursos. Ao
Guardian, Benjamin Sporton, executivo-chefe da Associação Mundial do Carvão,
argumentou que a demanda por carvão não vai desaparecer e que a campanha por
desinvestimento preocupa. “O desinvestimento nos combustíveis fósseis – e em
particular o carvão – vem com riscos significativos a outras dimensões
econômicas e sociais não menos importantes, quando 1,3 bilhão de pessoas ainda
estão sem acesso à eletricidade.” Ele defende o incentivo a tecnologias de
carvão limpo.
Fonte: Observatório do Clima
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