“Alimentos ultraprocessados são
ruins para as pessoas e para o ambiente”.
por
Karina Toledo, da Agência Fapesp
Exemplo de almoço citado pelo Guia alimentar para a
população brasileira, que recomenda uma dieta baseada em alimentos in natura ou
minimamente processados. Foto: reprodução “Guia alimentar para a população
brasileira”.
Para quem deseja uma boa alimentação, não há saída
que não envolva a preparação culinária, defende o professor da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) Carlos Augusto Monteiro,
coordenador técnico do novo Guia alimentar para a população
brasileira.
“Você não precisa cozinhar a própria comida, alguém
pode prepará-la para você, mas ela não pode basicamente ser feita pela
indústria de alimentos”, argumenta Monteiro.
Resultado de parceria entre o Núcleo de Pesquisas
Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da FSP-USP e o Ministério da Saúde, o guia
foi lançado em novembro de 2014, em substituição à edição de 2006. Em vez de
trabalhar com grupos alimentares e porções recomendadas, a publicação sugere
como base da alimentação os alimentos frescos – como frutas, carnes, legumes e
ovos – ou minimamente processados – como arroz, feijão e frutas secas.
Recomenda ainda evitar os alimentos ultraprocessados, como macarrão
instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes.
Na época de seu lançamento, o guia teve repercussão
discreta na imprensa brasileira, mas despertou atenção nos Estados Unidos,
recebendo elogios de renomados especialistas na área de nutrição.
Em seu blog Food Politics, Marion Nestle,
professora da New York University – que, apesar do sobrenome, não tem nenhuma
relação com a multinacional suíça –, afirmou que “as orientações são notáveis
pelo fato de serem baseadas em alimentos que os brasileiros de todas as classes
sociais comem todos os dias e considerarem as implicações sociais, culturais,
econômicas e ambientais das escolhas alimentares”.
Michael Pollan, professor da University of
California em Berkeley, e autor de livros como Food Rules: An Eater’s Manual
(2010) e In Defense of Food: An Eater’s Manifesto (2008), disse que “as novas
diretrizes brasileiras são revolucionárias” por serem “organizadas em torno de
comida (e refeições!), não em torno de nutrientes”.
“Os Estados Unidos precisam seguir o exemplo do
Brasil: parar de falar sobre nutrientes e começar a falar sobre comida! Este é
um documento de referência”, disse o endocrinologista pediátrico Robert Lustig,
professor da University of California em San Francisco, conforme reportado pela
revista especializada World Nutrition.
No mês passado, quando foi divulgada a versão mais
atual das diretrizes nutricionais
norte-americanas – um calhamaço de 571 páginas recheadas com
revisões da literatura científica –, o guia brasileiro voltou a ser destaque
nos Estados Unidos. Em uma reportagem no portal Vox, por exemplo, foi apontado
como “as melhores diretrizes nutricionais do mundo”.
Em entrevista concedida à Agência FAPESP, o
pesquisador contou como foi o processo de levantamento das evidências científicas
que dão o embasamento teórico ao guia, redigido por pesquisadores do Núcleo de
Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, com a
colaboração de especialistas de todo o Brasil.
A grande preocupação, destacou Monteiro, foi criar
um instrumento útil para qualquer cidadão e não apenas para os especialistas em
nutrição. Além de criar uma classificação original para os alimentos com base
no grau de processamento, o guia traz informações sobre os impactos ambientais
das escolhas alimentares. Fala ainda sobre a importância de um ambiente
adequado para as refeições e recomenda que as pessoas comam em boa companhia.
A seguir, os principais trechos da entrevista com o
pesquisador:
Agência FAPESP – Como funciona a nova classificação
dos alimentos proposta pelo Guia alimentar para a população brasileira?
Carlos Augusto Monteiro – O entendimento de que alimentos
processados podem acarretar problemas para a saúde é antigo, mas impreciso,
pois não especifica os tipos de processamento e a natureza dos problemas. Para
preencher essa lacuna, nosso núcleo de pesquisa na USP criou uma classificação
de alimentos baseada no grau de processamento industrial e que contempla quatro
grupos. No primeiro grupo, que deve ser a base da alimentação, estão os
alimentos in natura, como frutas e hortaliças. São adquiridos para consumo sem
qualquer alteração após deixarem a natureza. Também estão incluídos no primeiro
grupo os alimentos minimamente processados, aqueles que antes de sua aquisição
foram submetidos a alterações mínimas, como grãos secos, polidos e empacotados
ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e
leite pasteurizado. A segunda categoria corresponde a substâncias extraídas de
alimentos in natura ou diretamente da natureza e usadas pelas pessoas em
preparações culinárias, como óleos, gorduras, açúcar e sal. Essas substâncias,
quando utilizadas, em pequenas quantidades, para temperar e cozinhar alimentos
in natura ou minimamente processados, propiciam diversidade e sabor às preparações
culinárias, sem comprometer sua composição nutricional. No terceiro grupo estão
os produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um
alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas
em calda, queijos e pães. O consumo desse grupo deve ser limitado a pequenas
quantidades, como acompanhamento, e não em substituição a alimentos minimamente
processados e preparações culinárias. A quarta categoria, que deve ser evitada,
é a dos alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos e salgadinhos
de pacote. Esses produtos são formulações criadas pela moderna indústria de
alimentos, com pouco ou nenhum alimento verdadeiro e grandes quantidades de
óleo, sal e açúcar, além de muitas outras substâncias. Essas substâncias são
derivadas de constituintes de alimentos ou de outras matérias orgânicas e
incluem amidos modificados, isolados de proteínas, soro de leite, gordura
hidrogenada e todo o grupo dos aditivos químicos. Os aditivos usados na
manufatura de alimentos ultraprocessados têm como função prolongar quase
indefinidamente a duração dos produtos e torná-los tão ou mais atraentes do que
os alimentos verdadeiros.
Agência FAPESP – Por que devemos evitar os
alimentos ultraprocessados?
Monteiro – O ultraprocessamento permite fazer produtos de
muito baixo custo e de grande aceitabilidade, durabilidade e conveniência. Isso
é conseguido por meio de processos tecnológicos muito sofisticados e uso de
ingredientes relativamente baratos, como açúcar, gorduras, sal e aditivos. Além
de ter um perfil nutricional intrinsicamente desequilibrado (muito sódio, muito
açúcar, muita gordura não saudável), os processos e os ingredientes utilizados
no ultraprocessamento levam a produtos que confundem o controle natural da fome
e saciedade e que, nesta medida, promovem a obesidade. Primeiro, porque são
produtos que contêm grande quantidade de calorias por volume. Segundo, porque,
sendo praticamente pré-digeridos e contendo pouca ou nenhuma fibra alimentar,
são absorvidos muito rapidamente. Terceiro porque são hiperpalatáveis. De fato,
alimentos ultraprocessados são manufaturados para que sejam “irresistíveis” e
isso é comumente mencionado na propaganda desses produtos. Por último, há a
questão da segurança dos aditivos alimentares.
Agência FAPESP – Os aditivos alimentares não são
seguros?
Monteiro – Embora a indústria só utilize aditivos alimentares
legalmente permitidos, as avaliações que geram essas permissões são muito
limitadas, não levando em conta efeitos de longo prazo e efeitos de interações
entre aditivos. Estudos recentes vêm mostrando, por exemplo, que adoçantes
artificiais e emulsificantes, aditivos muito comuns em alimentos
ultraprocessados, podem alterar a microflora intestinal e destruir a camada de
muco que protege o epitélio intestinal, levando ao aumento do risco de colite,
obesidade, diabetes e outras doenças crônicas. Por conta do crescimento
exponencial das vendas de alimentos ultraprocessados, há centenas de novos
aditivos entrando no mercado todos os anos. Mesmo que apenas uma proporção
ínfima desses aditivos seja prejudicial à saúde, as consequências para a saúde
pública podem ser muito graves. É urgente que haja uma regulação mais
criteriosa dos aditivos alimentares.
Agência FAPESP – O guia também aponta desvantagens
ambientais do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, certo?
Monteiro – O ultraprocessamento de alimentos é muito ruim
para o ambiente também, pois gera uma grande quantidade de resíduos sólidos e
requer maior consumo de água e de energia em comparação aos alimentos
minimamente processados. Também representa risco à diversidade de espécies.
Como a lógica da indústria é reduzir custos, compram apenas um tipo de laranja,
um tipo de milho ou de soja. Quando consumimos diretamente os alimentos, percebemos
a diferença entre, por exemplo, variedades de laranjas, de feijões ou de
batatas. A cultura culinária garante a perpetuação dessa variedade. Já quando
consumimos formulações industriais feitas com base em substâncias extraídas dos
alimentos, não conseguimos notar diferenças. Por exemplo, quando a formulação é
feita com base em amido, não há diferença se este amido vem de um ou outro tipo
de milho ou mesmo se vem do arroz ou da soja. Dentre os alimentos minimamente
processados, o impacto ambiental não é homogêneo e, neste sentido, o guia
recomenda que a alimentação esteja baseada em uma variedade de alimentos de
origem vegetal, que são os de menor impacto ambiental, e que as carnes
vermelhas, em particular, sejam consumidas em pequenas quantidades.
Agência FAPESP – Por que julgaram importante
incluir orientações sobre o ambiente onde se come e sobre o comer acompanhado?
Monteiro – Quando comemos sozinho, é maior a probabilidade de
ligar uma televisão ou pegar um jornal para ler. Há estudos que mostram que o
comer sem prestar atenção na comida (mindless eating, no idioma inglês)
prejudica os sensores naturais que nos indicam que a quantidade do que comemos
já é suficiente. Quando se compartilha a refeição com mais pessoas, ampliamos
naturalmente a variedade de alimentos, que é essencial para a boa alimentação.
E também reduz custo. Se cada um come sozinho, a opção mais econômica pode ser
comprar algo pronto e pôr no micro-ondas. Essas orientações não são comuns nos
guias alimentares e por isso o guia brasileiro tem atraído tanta atenção.
Agência FAPESP – Como foi o processo de elaboração
do guia?
Monteiro – O processo de elaboração levou três anos e
envolveu uma interação contínua e profícua entre os técnicos do Ministério da
Saúde e os pesquisadores do nosso núcleo na USP. Ao longo deste processo,
pudemos contar com a colaboração de muitos especialistas em áreas como
nutrição, antropologia, epidemiologia, ciência de alimentos e jornalismo.
Caprichamos muito na comunicação, pois a ideia era alcançar diretamente as
pessoas. Essa é outra característica que faz esse guia ser diferente dos
demais. Ele não é feito para profissionais de saúde, mas para todas as pessoas.
Claro que profissionais de saúde, em particular nutricionistas, serão
fundamentais na disseminação do conteúdo do guia, mas a premissa que adotamos
foi a de que as pessoas precisam aumentar sua autonomia no que se refere à
escolha dos alimentos. O processo de construção do guia foi muito rico,
envolvendo oficinas com a participação de especialistas de todo o Brasil,
associações profissionais, associações de defesa dos consumidores, organizações
não governamentais, além de uma consulta pública da qual emergiram mais de 3
mil comentários e sugestões, que foram intensamente utilizados na versão final do
guia publicada pelo Ministério da Saúde.
Agência FAPESP – Como foi a contribuição da FAPESP
para a elaboração do guia?
Monteiro – Muito importante. Por exemplo, nosso principal
especialista em antropologia foi o canadense Jean Claude Moubarac, que veio ao
Brasil com uma Bolsa de pós-doutorado da FAPESP. Como parte do projeto de
doutorado de Maria Laura da Costa Louzada, avaliamos o impacto do consumo de
alimentos ultraprocessados sobre a qualidade da dieta brasileira em macro e
micronutrientes e os resultados dessa avaliação foram fundamentais para
orientar as principais recomendações do guia. A colaboração de Carla Adriano
Martins, outra bolsista de doutorado da FAPESP foi essencial em outro
componente inovador do guia brasileiro: basear as recomendações em refeições
reais efetivamente praticadas pela população brasileira, utilizando fotografias
do desjejum, almoço e jantar dessa população. Durante a fase final de
elaboração do guia, a FAPESP ainda concedeu uma bolsa de pós-doutorado à
colombiana Diana Celmira Parra Perez, interessada em levar para o seu país a
experiência brasileira.
Agência FAPESP – O guia brasileiro tem sido
apontado por jornalistas e especialistas norte-americanos como um exemplo. O
que ele tem de diferente em relação ao guia recentemente lançado nos Estados
Unidos?
Monteiro – O guia norte-americano em vigência, que é de 2010,
dá grande valor, ou às vezes valor exclusivo, às evidências científicas obtidas
por ensaios clínicos totalmente controlados, como se faz quando as autoridades
de saúde devem fazer recomendações sobre novos medicamentos, novas vacinas ou
novas modalidades de técnicas cirúrgicas. Quando se faz isso com a comida, é
preciso reduzir a alimentação aos nutrientes individuais que dela fazem parte,
como proteínas, ferro, vitaminas, fibras. Vou exagerar para que fique mais
claro. Quando o guia alimentar dos Estados Unidos orienta o consumo de uma
certa quantidade de um determinado alimento é porque este consumo propicia uma
certa quantidade de um determinado nutriente que se mostrou protetor de uma
determinada doença em vários ensaios clínicos controlados. O problema é que
este enfoque restringe muito as dimensões da alimentação e os mecanismos que a
relacionam à saúde. A relação, por exemplo, entre alimentação e obesidade envolve
o conteúdo de gordura na alimentação, mas também o de fibras, a densidade
energética do alimento, o sabor, a textura, a atenção no comer etc. As
dimensões culturais, sociais e ambientais da alimentação, que direta ou
indiretamente também influenciam a saúde são esquecidas. A nova proposta do
guia americano, recentemente colocada em consulta pública, traz vários avanços
e admite que as dimensões culturais, sociais e ambientais da alimentação devem
ser levadas em conta nas escolhas alimentares. Mas ainda não é um instrumento
que seja útil para as pessoas em geral. Da forma como foi elaborado, fica
restrito a estudiosos da nutrição, que terão de fazer a transmissão e a
tradução do conhecimento. Já o guia brasileiro pretende informar as pessoas
diretamente.
Agência FAPESP – A pirâmide alimentar foi
definitivamente abolida?
Monteiro – A pirâmide já havia sido abolida na versão do guia
norte-americano de 2010, que apresentava um modelo de prato ideal, com um
quarto ocupado por frutas, um quarto por hortaliças, um quarto por grãos e o
quarto final por alimentos fontes de proteína, como feijões, carne, peixes e
ovos, além de um copo de leite ao lado do prato. O problema é que 60% das
calorias consumidas pelos norte-americanos correspondem a produtos
ultraprocessados e não há uma orientação clara sobre o consumo desses
alimentos. A questão do processamento dos alimentos acaba ficando escamoteada
no guia americano. Quando ele recomenda o consumo de grãos, admite o consumo de
produtos ultraprocessados como “cereais matinais”, muitas vezes contendo mais
açúcar do que qualquer cereal. Mesmo quando o guia americano refere a
preferência por cereais integrais, ele acaba admitindo biscoitos feitos com
farinha integral misturada a açúcar, gordura hidrogenada e outras substâncias e
aditivos. Já o guia brasileiro deixa claro que é preciso evitar todo o tipo de
alimento ultraprocessado e, para tanto, não se pode abrir mão da preparação
caseira dos alimentos. Afinal, alimentos ultraprocessados são feitos para
substituir preparações culinárias. Felizmente, no Brasil, diferentemente dos
Estados Unidos, a maior parte das pessoas ainda se alimenta de alimentos
minimamente processados e preparações culinárias feitas com esses alimentos. E
o guia brasileiro quer contribuir para que isso não se modifique.
Agência FAPESP – A dieta da população brasileira
caminha no sentido de se parecer com a da população norte-americana?
Monteiro – Estamos em um momento de transição. Nossos estudos
populacionais sobre a dieta brasileira mostram que em 2009 a proporção de
alimentos ultraprocessados consumidos no Brasil correspondia a 28% do total de
calorias. Em 2003 era 23% e nos anos 1980 era menos do que 20%. Esse consumo
está crescendo muito, mas ainda hoje 70% das calorias que o brasileiro consome
vêm de alimentos minimamente processados e de preparações culinárias. Ainda
estamos “do lado de cá” e por isso o guia alimentar é muito importante. É
importante levar informação, pois muitas pessoas não têm ideia das implicações
de suas escolhas alimentares. Talvez saibam em parte, no que se refere ao
impacto sobre a saúde. O guia mostra porque o consumo de alimentos
ultraprocessados é ruim também para a sociedade, para o ambiente e para a
biodiversidade. Mas sabemos que não basta apenas informar a população. O guia
deixa clara a importância de políticas públicas que amparem as escolhas
alimentares saudáveis, como a taxação e o controle da publicidade dos produtos
ultraprocessados. Mas essas medidas só vão ser aprovadas quando houver demanda
da sociedade.
Agência FAPESP – Que tipo de políticas públicas
seriam necessárias?
Monteiro – A primeira delas seria regular o marketing dos
alimentos ultraprocessados. No Brasil, o fator que mais faz aumentar o consumo
desses produtos nem é tanto o preço, pois o custo da caloria que vem dos
alimentos ultraprocessados ainda é maior do que a caloria de um alimento in
natura e das preparações culinárias. Na Inglaterra, por exemplo, é o oposto e
por isso lá quem cozinha é a elite. No Brasil, o principal responsável pela
ampliação no consumo de ultraprocessados é o marketing sofisticado, que é muito
caro, mas muito eficiente e ao alcance das empresas transnacionais que dominam
o lucrativo mercado dos ultraprocessados. Essas empresas investem, como a
indústria do cigarro fez no passado, de forma a glamorizar o alimento
ultraprocessado e as redes de fast-food. O alvo principal é o jovem. O jovem
que não participa desse consumo sente-se mal, inferior. Vários países estão
regulando o marketing de ultraprocessados: França, Suécia, Canadá.
Se o
alimento tem muito açúcar, muito sal ou muita gordura, não pode anunciar,
sobretudo para criança e para adolescente. A segunda questão é a da oferta. São
necessárias políticas para garantir o acesso, políticas de abastecimento, e o
Brasil está fazendo bastante coisa nessa área, mas pode fazer mais. A
alimentação escolar de qualidade e baseada em alimentos minimamente processados
é um dos destaques mais festejados da política brasileira de alimentação e
nutrição. O terceiro fator é a política fiscal. É preciso taxar sobretudo
alguns alimentos ultraprocessados. Esse tipo de política funciona e reduz o
consumo. O México, um dos países com maiores taxas de obesidade e de diabetes
de todo o mundo, começou no ano passado a taxar todas as bebidas adoçadas e todos
os snacks com alto teor de açúcar e gordura. Outro ponto possível é oferecer
algum tipo de subsídio para alimentos naturais mais caros, como hortaliças.
Talvez melhor ainda seja reforçar o apoio aos pequenos agricultores, dar
assistência técnica. É importantíssimo proteger a agricultura familiar, pois é
ela que produz a nossa comida e, nessa área, as políticas públicas brasileiras
são também muito elogiadas.
Fonte: Agência Fapesp
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