Fukushima: quatro anos de uma
crise contínua.
por
Kendra Ulrich*
Ativistas lembram o quarto aniversário do acidente
nuclear de Fukushima. Foto: © Kazuya Hokari / Greenpeace.
Hoje, 11 de março, marca mais um aniversário
sombrio para a população japonesa: há quatro anos um tsunami provocado por um
terremoto atingiu a costa do Japão. Milhares de pessoas morreram e deu-se
início ao pior desastre nuclear desta geração. Quatro dos seis reatores
nucleares da usina Fukushima Daiichi foram atingidos pelo tsunami e derreteram.
Ar e água contaminados foram liberados.
Quatro anos depois a crise nuclear ainda não
terminou. Há contaminação do meio ambiente e a população – principalmente a
local – continuam sofrendo as consequências.
Até o primeiro ministro japonês Abe, que sempre
apoiou a energia nuclear e que vem pressionando para que as usinas nucleares
sejam religadas, assumiu que a crise radioativa relacionada a água não está sob
controle. “Temos muitos problemas, incluindo água contaminada e a compensação
para as famílias afetadas”, afirmou Abe em janeiro deste ano.
Estamos falando de água contaminada com algumas das
toxinas mais perigosas já criadas pelo homem, como césio, estrôncio 90 e outras
substâncias cancerígenas. A TEPCO, empresa responsável pela usina de Fukushima,
admitiu que água com elevados níveis de radioatividade vazaram no oceano por
quase um ano.
Hoje, ainda temos aproximadamente cerca de 120 mil
refugiados devido ao acidente de Fukushima, eles ainda estão vivendo
temporariamente em abrigos. Essas pessoas não tiveram compensação suficiente
para estabelecer suas vidas em outro lugar e também não podem optar por
retornar para suas antigas casas já que o local permanece contaminado.
“Porque as pessoas decidiriam voltar para cá para
viver permanentemente?, pergunta Masami Yoshizawa, um fazendeiro que se recusou
a sair de Namie, região afetada pelo acidente nuclear. “Não há infraestrutura
para mais nada: não há escolas, lojas ou transporte.” Esta é uma questão que
ninguém deveria se perguntar, principalmente quando o desastre é causado pelo
próprio homem.
Nesta data, o Greenpeace se solidariza com as
vítimas e suas famílias, pede o fim do uso da energia nuclear e mais
investimentos em energias renováveis como solar e eólica.
* Kendra Ulrich é da campanha de energia do
Greenpeace Japão.
Fonte: Greenpeace Brasil
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