Reciclagem torna aula de matemática inclusiva.
Professor da Paraíba descreve como começou a
construir jogos para estimular o aprendizado de crianças com deficiência.
Por Eraldo Francisco da Silva Junior
Sou professor na turma de Atendimento Educacional
Especializado, um serviço que atua dentro da perspectiva da educação inclusiva,
em Barra de São Miguel, na Paraíba. Acompanho alunos com deficiência mental,
motora, auditiva, déficit de aprendizagem e autismo.
Percebi que faltavam muitos materiais para auxiliar
no aprendizado de crianças com deficiência. Partindo dessa necessidade, comecei
a juntar recicláveis para confeccionar jogos matemáticos com tampinhas, caixas
de papelão e garrafas PET.
Foto: danielfela / Fotolia.com
Muito se fala que a criança aprende em contato
direto com o meio que a cerca, e a manipulação de brinquedos possibilita
estimular o desenvolvimento sensório e motor. Após identificar a necessidade
dos alunos, passei a construir jogos matemáticos que têm como objetivo adaptar
a criança com deficiência e ajudar ela a resolver determinadas atividades.
Os alunos sentem algumas dificuldades na sala de
aula regular e eu tento trabalhar com eles de forma lúdica. No jogo operações
matemáticas, por exemplo, utilizo tampinhas com símbolos das operações para que
o aluno faça encaixes e encontre as respostas. Essa atividade possibilita que
crianças com deficiência física desenvolvam sua coordenação motora e adquiram
autonomia para realizarem tarefas.
Nos últimos anos a educação inclusiva vem sendo
valorizada, contando com sala de recursos, atendimento diferenciado e
metodologias que acrescentam ao desenvolvimento das crianças. Apenas na sala de
aula regular o professor acaba não dando conta de trabalhar com as necessidades
de cada aluno, além de não ter uma formação direcionada para prestar esse tipo
de assistência.
O grande desafio é desenvolver jogos matemáticos
centrado no aluno e que sejam capazes de propiciar o desenvolvimento de
habilidades de acordo com a capacidade motora de cada criança. Diariamente faço
relatos individuais e tenho observado que eles se desenvolveram muito e
continuam me surpreendendo.
Na minha opinião, o mais gratificante nesse
trabalho é o amor que eu tenho por eles. Se um aluno falta muitas vezes no
atendimento, chego até a ir à casa deles. Quando eles me encontram na rua, saem
correndo para me abraçar. Eu fico muito emocionado com isso. (Porvir/
#Envolverde)
* Diário de Inovações é uma seção com relatos de
educadores que estão inovando dentro da sala de aula. Para compartilhar suas
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Fonte: Porvir
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