Empresa
que já nasceu com “prazo de validade” quer vender causas, em vez de coisas.
Um dos principais problemas dos nossos tempos, a
mobilidade urbana deverá ser um dos temas trabalhados pelo grupo. Arte:
Green Mobility.
Por Redação do EcoD –
Enquanto você lê esse post, diversos projetos inspiradores
têm sido realizados no Brasil. O problema é que, por uma série de razões, eles
não conseguem chegar ao grande público. Para tentar diminuir essa lacuna, um
grupo de publicitários e idealistas resolveu criar um projeto de comunicação
voltado, exclusivamente, a iniciativas do terceiro setor.
O objetivo da joint venture (associação de
empresas) “2020. Criar, antes que seja tarde”, lançada recentemente em São
Paulo, é vender causas, em vez de coisas. Formada pelo quarteto Pedro Fonseca
(publicitário, escritor e fotógrafo pernambucano), Pipo Calazans (ex-diretor de
criação publicitária), Luana Lobo (sócia da produtora Maria Farinha) e Marcos
Nisti (vice-presidente do Instituto Alana), a empresa já conta com clientes
como a Fundação Lemann, o Instituto Unibanco e o Instituto Arapyaú, de
Guilherme Leal, sócio da Natura.
“O terceiro setor faz trabalhos incríveis mas não
sabe se comunicar. É um processo de exclusão, e isso justamente em um setor que
pode provocar as mudanças mais profundas na sociedade”, afirmou Calazans ao
Valor. Geralmente, institutos e organizações carecem de recursos suficientes
para campanhas que exigem grande verba de mídia.
“Queremos usar nosso conhecimento em comunicação
para trabalhar exclusivamente por causas que possam mudar o mundo”, reforça o
publicitário.
A curiosidade é que a empresa já nasce com prazo de
validade. “Temos até 31 de dezembro de 2020 para isso. Daí vem o nome da
empresa, para que seja um lembrete. Criamos nosso próprio prazo para que todos
os dias a gente acorde com a urgência da transformação”, justificou.
“Coisas do nosso tempo”
De acordo com o grupo, a ideia de fazer a 2020
nasceu dos anseios (ou angústias) em relação às “coisas do nosso tempo”: o
consumo excessivo, a falta de propósito em um contexto de degradação ambiental
e social do país. “Precisamos trabalhar propósitos e deixar um legado”,
ressaltou Fonseca.
A 2020. não tem uma equipe própria para desenvolver
produtos, ao contrário do que ocorre com uma agência publicitária convencional.
Cada caso é tratado de forma específica – os projetos serão desenvolvidos por
pessoas diferentes, a depender de afinidades e competências. Uma campanha para
mobilidade urbana, por exemplo, envolverá profissionais diferentes de uma ação
sobre saúde alimentar.
Segundo Calazans, é possível trabalhar com a
capacidade de mobilização para as causas sem a necessidade de desembolsar
quantias vultuosas. Ele exemplificou com a recente campanha do “balde de gelo
na cabeça”, que se tornou viral na internet e angariou bilhões de dólares para
pesquisas da esclerose lateral amiotrófica, que não tem cura.
Fonte: EcoD
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