Cotriguaçu
inicia ações de prevenção a queimadas.
Sucena Shkrada Resk/ICV.
O período de seca e estiagem chegou na região
noroeste mato-grossense, na Amazônia, e, com isso, foi dado início, no
município de Cotriguaçu, às ações coordenadas pelo Centro
Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo o chefe da brigada local, o agricultor familiar Gésus Francisco
Martins, a equipe conta com mais 14 brigadistas, que se voluntariaram a
participar do trabalho, neste ano.
As primeiras iniciativas do grupo, que participou
de um módulo de formação, começaram com ações voltadas ao esclarecimento das
famílias na região do Projeto de Assentamento Nova Cotriguaçu, sobre os
cuidados para evitar as queimadas e focos de incêndio. A equipe também recebeu,
nesta semana, um veículo do Ibama, para poder se locomover nas operações,
durante os próximos meses.
Cotriguaçu abriga uma extensa região florestal,
com cerca de 80% ainda preservada, onde ficam localizadas importantes unidades
de conservação: parte do Parque Nacional do Juruena, o Parque Estadual Igarapés
do Juruena e o Território Indígena do Escondido, onde vive o povo Rikbaktsa.
Além dessas áreas protegidas, há os Projetos de Assentamento de Nova
Cotriguaçu, do Juruena e Cederes, onde moram 2.033 famílias de agricultores
familiares, de acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico,
Agricultura e Assuntos Fundiários.
Neste contexto, os desafios para prevenção e
combate a queimadas rurais são significativos, já que além das iniciativas de
prevenção, os brigadistas têm poucos recursos, somente bombas costais e
abafadores para atuarem em ocorrências. O município, a exemplo de muitos da
região, não tem uma unidade do Corpo de Bombeiros.
“Alertamos os moradores para não queimarem seus
lixos e o capim”, diz Martins. As queimadas nas áreas rural e urbana são crimes
ambientais, de acordo com a Lei Federal nº 9.605/98, o Decreto Federal 6.514/08
e o Artigo 250 do Código Penal. As punições podem compreender desde a perda de
incentivos e benefícios fiscais a multas.
O secretário de Meio Ambiente de Cotriguaçu,
Amilton Castanha, também esclarece que pela lei municipal nº 850/2014, o reforço
à proibição acontece a partir do dia 15 de julho e se estende até setembro.
“Como nossa equipe é pequena, as alternativas de caráter preventivo são um
instrumento importante. Já as denúncias de ocorrências na área urbana podem ser
feitas à Polícia local e à Secretaria de Obras”, reforçou. A pasta só dispõe de
um carro-pipa para diferentes atendimentos de manutenção na cidade.
No estado do Mato Grosso, de 01/01 a 30/06 deste
ano, foram detectados 5.097 focos de incêndio ativos, pelo serviço de
monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
No ano passado, no mesmo período, foram registrados 4.756 focos, o que
representa uma alta de cerca de 8% nas ocorrências.
Nos últimos anos, o Instituto Centro de Vida
(ICV) tem apoiado a prefeitura e o Ibama no desenvolvimento de uma campanha de
conscientização para o combate a incêndios, denominada “Queimar não é
legal! Apague esta ideia”. A proposta é intensificar as ações de
comunicação neste ano, envolvendo mais atores. O ICV atua no município desde
2011, por meio do projeto Cotriguaçu Sempre Verde.
Dicas de prevenção a queimadas:
- Não jogar cigarros ou fósforos às margens de
rodovias;
- Não queimar folhas e galhos de árvores;
- Não soltar balão com fogos;
- Evitar fazer fogueira em acampamentos;
- Não colocar fogo em terrenos baldios.
Fonte: ICV
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