Livro
examina consequências de mudanças climáticas para a segurança alimentar e o
comércio.
As alterações climáticas têm implicações graves
para a agricultura e a segurança alimentar. Foto: FAO / L. Dematte.
Por Redação da ONU Brasil
O aquecimento global terá implicações profundas na
produção e no comércio de alimentos, o que trará consequências para políticas
de combate à fome e à pobreza.
O aquecimento global terá implicações profundas
para onde e como os alimentos são produzidos, e também levará a uma redução das
propriedades nutricionais de determinadas culturas, o que terá consequências
para políticas de combate à fome e à pobreza e para o comércio mundial de
alimentos, dizem especialistas em um novo livro da Organização da ONU para a
Alimentação e a Agricultura (FAO).
“Mudança Climática e Sistemas Alimentares” contém
as conclusões de um grupo de cientistas e economistas que fizeram um balanço
dos efeitos das alterações climáticas na agricultura e na alimentação a nível
global e regional nas duas últimas décadas.
A mudança climática aumenta o desafio do rápido
crescimento da demanda global por produtos agrícolas – destinados à
alimentação, ração e combustível – necessário para lidar com o crescimento da
população e o aumento dos níveis de renda. A agricultura é altamente dependente
das condições meteorológicas locais e, portanto, é esperado que seja muito
sensível às mudanças climáticas nos próximos anos.
“É provável que as alterações climáticas agravem a
crescente desigualdade global, uma vez que espera-se que o impacto dos efeitos
negativos caiam sobre os países que estão menos desenvolvidos e mais
vulneráveis”, diz o editor do livro, Aziz Elbehri, da divisão da FAO.
Os autores também citam um recente estudo que
avaliou o impacto global das mudanças nos padrões de consumo de alimentos que
utilizam ou não a irrigação. Alguns resultados sugerem que a redução do consumo
de produtos de origem animal na dieta humana tem o potencial para salvar os
recursos hídricos necessários para alimentar 1,8 bilhões de pessoas no mundo.
O estudo sugere que, embora os mercados globais
possam ajudar a estabilizar os preços e suprimentos e fornecer opções de
alimentos alternativos para regiões afetadas negativamente pela mudança
climática, o comércio por si só não é uma adaptação estratégica suficiente.
Também é necessária uma estratégia de adaptação interna para permitir que os
países e regiões evitem a forte dependência das importações, que tendem a
aumentar a vulnerabilidade à volatilidade dos preços.
Outro desafio é a
necessidade de alinhar a política comercial com objetivos climáticos e garantir
que a abertura comercial desempenhe o seu papel como um mecanismo de
enfrentamento, sem prejudicar os objetivos de mitigação.
Acesse a publicação clicando aqui.
Fonte: ONU Brasil
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