Dossiê Belo Monte: impactos na pesca não foram reconhecidos no licenciamento.
Acari Zebra é uma das centenas de espécies endêmicas que correm risco de extinção com a construção de Belo Monte. Foto: Letícia Leite – ISA.
Infográfico incluído no dossiê “Belo Monte – Não há condições para a Licença de Operação”, lançado pelo ISA na semana passada, mostra que licenciamento da hidrelétrica que está sendo construída no Rio Xingu não considerou impactos sobre atividade pesqueira, fundamental para populações ribeirinhas.
Nos arredores de Altamira e Vitória do Xingu (PA), onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, 1.915 pescadores têm carteiras de pescadores ativas nas colônias de pescadores. As alterações provocadas pela obra, que tendem a se agravar após o barramento definitivo do Rio Xingu, têm provocado o abandono da atividade pesqueira por boa parte daqueles que, há gerações, tinham na pesca sua principal atividade econômica.
Tais efeitos da obra foram previstos em seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA), mas qualificados apenas como danos à fauna aquática ou ao meio ambiente, desconsiderando-se os graves efeitos dessas alterações na atividade pesqueira. Essa lacuna fez com que as ações previstas no Plano Básico Ambiental (PBA) do empreendimento fossem insuficientes para compensar os pescadores tradicionais pela redução ou interrupção de suas atividades. Os programas de monitoramento realizados pelo empreendedor tampouco são capazes de demonstrar esses impactos, já que não foram desenhados com esse objetivo.
Veja abaixo o infográfico que explica o problema. Ele faz parte do dossiê “Belo Monte – Não há condições para a Licença de Operação”, lançado pelo ISA na semana passada.
Fonte: Instituto Sociombiental
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