Mulheres
acrianas discutem impactos das mudanças climáticas.
Mais de 50 mulheres participaram da programação ©
Agência de Notícias do Acre / Angela Peres.
Por Redação do WWF Brasil –
Como as mulheres podem ajudar populações e
comunidades a lidar melhor com os impactos, prejuízos e novas realidades
trazidas pelas mudanças climáticas?
Este foi o mote da discussão realizada em Rio
Branco (AC), durante a oficina “Gênero, Florestas e Mudanças Climáticas”,
promovida pelo Governo do Estado do Acre, junto a várias instituições – entre
elas, o WWF-Brasil, por meio de seu Programa Amazônia.
A oficina contou com o apoio técnico do grupo
‘Gênero, Desenvolvimento e Mudanças Climáticas’ da Universidade da Flórida
(EUA) e foi coordenado pelas especialistas Marianne Schmink, Denyse Mello e
Wendy Bartels.
Durante três dias, mais de 50 produtoras rurais,
extrativistas, indígenas e representantes de associações e organizações da
sociedade civil participaram de oficinas sobre o Sistema de Incentivos a
Serviços Ambientais do Acre (Sisa), que promove compensações financeiras às
populações tradicionais.
Por meio da exploração responsável dos recursos
naturais, o Sistema ajuda não só a conservar as florestas, mas também a reduzir
a emissão de gases de efeito estufa e o desmatamento dentro das propriedades
rurais.
Papel fundamental
Para a diretora técnica do Instituto de Mudanças
Climáticas do Governo do Acre (IMC), Vera Reis, as trabalhadoras desempenham um
papel fundamental no controle do desmatamento.
“Para nós, o importante é que essas mulheres
mostraram preocupação e boa vontade em serem aliadas do Governo do Estado na
promoção de uma política de baixo carbono”, disse.
Maria Renilda Santana foi uma das participantes do
evento. Ela é presidente da Associação Agroextrativista da Reserva Extrativista
do Rio Liberdade, do município de Cruzeiro do Sul, que fica a cerca de 640
quilômetros de Rio Branco.
Para ela, a oficina foi importante por ter
conseguido entender o que é o Sisa e sua importância: “A gente estava sendo
contemplada, mas não entendia direito de onde vinha esse investimento. A gente
não imaginava de que forma o Sisa funcionava, então a oficina foi importante
por isso”, afirmou.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as
mulheres são as mais afetadas pelos efeitos das Mudanças Climáticas ©
WWF-Brasil/ Jorge Eduardo Dantas.
Estratégia global
O coordenador-adjunto do Programa Amazônia do
WWF-Brasil, Ricardo Mello, contou que o Governo do Acre inova ao contemplar o
‘olhar de gênero’ em suas estratégias. “Queremos discutir também repartição de
benefícios, consolidação de territórios e desmatamento líquido zero; e, para
isso, é importante que as mulheres conheçam esses temas e saibam qual é a
importância deles”, declarou.
Esta discussão repercute, a nível local, uma
estratégia que já vem sendo adotada internacionalmente – a de envolver, cada
vez mais, as mulheres nas discussões relacionadas às Mudanças Climáticas.
Já se sabe que elas são as maiores vítimas dos
impactos e prejuízos trazidos por este fenômeno, como o aumento na ocorrência
de eventos climáticos extremos, a elevação do nível do mar, as mudanças nos
ecossistemas, a desertificação, a alteração na disponibilidade de água e as
mudanças na agricultura, que afetam empresas e prejudicam famílias por todo o
globo.
A Organização das Nações Unidas (ONU) vem se
posicionando, desde a Conferência do Clima de Cancún, em 2010, pelo
envolvimento das mulheres neste debate – alegando que a questão de gênero
modifica profundamente a implementação de políticas públicas, mas também muda,
para melhor, os efeitos dos projetos e ações sobre este tema.
A ONU afirma ainda que 70% dos cidadãos em situação
de pobreza do mundo inteiro são mulheres e que elas representam 80% dos
trabalhadores rurais de África e Ásia – regiões hoje muito vulneráveis a
eventos climáticos extremos. Daí a importância de se promover este tipo de
discussão.
Protegendo Florestas
A discussão sobre gênero e mudanças climáticas é
parte do projeto Protegendo Florestas – uma parceria do WWF-Brasil, do Governo
do Acre, da rede de televisão britânica Sky e do WWF Reino Unido.
O objetivo do projeto é garantir a conservação de
164 mil quilômetros quadrados de floresta no Estado – além de manter um bilhão
de árvores em pé naquele território.
* Com informações da Agência de Notícias do Acre.
Fonte: WWF Brasil
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