Sexta
extinção em massa da história.
Onça pintada atravessa rio. Foto: Araquém
Alcântara/Felinos – A Luta pela Sobrevivência (editora Abook).
Por Redação do EcoD* –
O mundo está começando a sofrer a sexta extinção em
massa de sua história. A conclusão consta de um estudo desenvolvido por
cientistas de três universidades divulgado na sexta-feira, 19 de junho, segundo
o qual, atualmente, os animais desaparecem numa taxa 100 vezes maior do que
costumavam. E os seres humanos podem estar entre eles.
Desde o fim da era dos dinossauros, há 66 milhões
de anos, o planeta não perdia espécies a uma taxa tão elevada como agora, de
acordo com especialistas das universidades de Stanford, Princeton e da
Califórnia em Berkeley.
O estudo “mostra sem sombra de dúvidas que estamos
entrando na sexta maior extinção em massa”, alertou o co-autor Paul Ehrlich,
professor de biologia na Universidade de Stanford.
E a espécie humana é, provavelmente, uma das
espécies perdidas, informou o estudo – chamado por seus autores de
“conservador” – divulgado na revista Science Advances.
Recuperação lenta
“Se permitirmos que isso continue, a vida vai levar
milhões de anos para se recuperar e nossa própria espécie provavelmente se
tornará extinta em breve”, afirmou o principal autor do estudo, Gerardo
Ceballos, da Universidade Autônoma do México.
A análise baseia-se nas extinções documentadas de
vertebrados, ou seja, animais com esqueletos internos como rãs, répteis e
tigres, a partir de registros fósseis e outros dados históricos.
A taxa de extinção de espécies moderna foi, então,
comparada com “a taxa natural de extinção de espécies antes da atividade humana
dominar (a Terra)”.
Metodologia do estudo
Pode ser difícil de estimar esta taxa, também
conhecida como taxa de extinção de fundo, porque os seres humanos não sabem
exatamente o que aconteceu no curso da história de 4,5 bilhões de anos da
Terra.
Para o estudo, os pesquisadores utilizaram uma taxa
de extinção passada duas vezes maior às estimativas que são geralmente
utilizadas.
Rinoceronte-de-java lidera a lista de animais que
podem entrar em extinção a partir de 2015. Foto: Wikimedia Commons.
Se a taxa passada – ou ritmo natural – era de duas
extinções de mamíferos para cada 10.000 espécies com mais de 100 anos, então a
“taxa média de desaparecimento de espécies de vertebrados no século passado é
114 vezes maior do que teria sido se não tivesse havido a atividade humana”,
disse o estudo.
“E isso mesmo com base em estimativas conservadoras
da taxa de extinção de espécies”, acrescentou.
“Nós insistimos que nossos cálculos provavelmente
subestimam a gravidade da crise de extinção, pois nosso objetivo era colocar um
limite realista, mas limitar o impacto humano sobre sobre biodiversidade”.
Causas da extinção
As causas da extinção atual de espécies são, entre
outras, alterações climáticas, poluição e desmatamento.
De acordo com a União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), cerca de 41% de todos
os anfíbios e 26% das espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção.
“Há exemplares de espécies ao redor do mundo que
são basicamente mortos vivos”, explicou Ehrlich.
O estudo chama que “sejam intensificadas e
aceleradas as medidas destinadas a conservar as espécies ameaçadas e aliviar a
pressão sobre suas populações, como a perda do habitat, a exploração de
recursos com fins econômicos e mudanças climáticas”.
* Com informações da AFP.
Fonte: EcoD
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