Países em
desenvolvimento pedem financiamento transparente para combater a mudança
climática.
Por Conexion COP* –
No webinar A Meio Caminho de Paris 2015,
desenvolvido por Aida, CAN-LA e GFLAC, afirmou-se que durante a conferência de
Bonn países em desenvolvimento, como Brasil, Bolívia e México, pediram que
sejam realizadas ações imediatas para enfrentar a mudança climática.
Foto: Flickr de Adopt a Negotiator
Conexão COP 21, 25/6/2015 – A poucos dias do
encerramento das negociações da Conferência Climática de Bonn, o Programa
Climático da Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente (Aida), a
Climate Action Network América Latina (CAN-LA) e o Grupo de Financiamento
Climático para a América Latina e o Caribe (GFLAC) desenvolveram o webinar A
Meio Caminho de Paris 2015: Análise da Sessão de Bonn.
A atividade contou com a participação de Andrés
Mogro, especialista em negociações internacionais sobre mudança climática do
Ministério do Ambiente do Equador, Andrea Rodríguez, advogada da Aida, e Suyana
Hyamaní, da organização peruana Direito, Ambiente e Recursos Naturais (DAR).
Durante sua participação, Mogro resumiu as
negociações que aconteceram em Bonn.
O positivo
- Em
Bonn foi a primeira vez que se negociou um texto pronto que será resumido
para discussão na COP 21. Em espanhol o documento conta com cem páginas e
em inglês com 90.
- Os
países em desenvolvimento tiveram a oportunidade de advogar muito e ter
ideias mais claras nas negociações.
- Pôde-se
organizar uma modalidade de trabalho benéfica para todas as nações, e por
isso foi possível focar em negociar o que seria melhor para o acordo
global.
O negativo
- Foi
uma conferência muito difícil porque aconteceram mais de 50 sessões.
- Também
foi difícil do ponto de vista logístico e isso fez com que os resultados
sejam difíceis de comparar.
- As
ações sobre perdas e danos começarão a ser executadas em 2020 e não agora,
o que era um dos principais pedidos dos países em desenvolvimento.
- Decidiu-se
que os copresidentes utilizem o texto de Genebra e elaborem uma proposta
com os pontos que devem constar do acordo que todas as nações da Convenção
seguirão, e outro nas decisões.
As posições dos países
Por sua vez, Andrea Rodríguez divulgou as posições
dos países e blocos de negociações, nas quais Brasil, Bolívia e México marcaram
pontos importantes sobre financiamento. A especialista ressaltou os pontos a
seguir.
G-77/China: A seção de financiamento deve ser útil
e concreta para o novo acordo. Muitos países em desenvolvimento querem mais,
mas depende do financiamento que necessitam.
Noruega: É necessário um apoio adequado e
previsível, e convidar outros países a realizarem contribuições financeiras. O
financiamento para adaptação deveria ir para os mais vulneráveis, bem como uma
flexibilidade maior para a mitigação.
Brasil: Não se deve reescrever a Convenção, mas
melhorar o acordo para se cumpram as obrigações existentes, em linha com os
princípios da mesma.
Bolívia: O financiamento é um compromisso. Deve ser
novo, previsível, que incremente e diferente do outorgado pela Assistência
Oficial ao Desenvolvimento (AOD).
México: O financiamento tem que detonar os
investimentos para conseguir mudanças transformadoras. Deve-se começar a
trabalhar agora para conseguir mudanças em 2020. É importante contar com um
marco de transparência para o financiamento climático.
Mais ações em REDD+
Por fim, Suyana Huamaní informou que no grupo de
Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas (REDD+)
conseguiu-se certos avanços, mas ainda é preciso mais. “Se avançarmos na REDD,
poderá ser um sinal de que podemos avançar em outros aspectos. Porém, o documento
não salvaguarda a proteção dos povos indígenas”, afirmou.
Para Huamaní, os resultados significam um progresso
mas não estão acarreando salvaguardas adequadas e não contribuem para melhorar
o enfoque que se quer dar à captura de carbono, tampouco ao de financiamento.
* Publicado originalmente no site Conexion COP.
Tradução e edição: Envolverde.
Fonte:
ENVOLVERDE
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