Veto às
garrafas d’água.
Foto: Shutterstock.
Por Regina Scharf, em de De lá pra Cá –
A Selfridges, uma das mais tradicionais lojas de
departamentos de Londres, anunciou que não vai mais oferecer garrafas d’água
plásticas nem nas suas gôndolas, nem nos seus restaurantes. Cerca de 400 mil
unidades descartáveis deixarão de ser comercializadas a cada ano. A empresa
sugere que seus clientes tragam garrafas recarregáveis para encher num dos
bebedouros instalados na loja. Trata-se de uma iniciativa educativa em parceria
com ONGs britânicas e que visa alertar para os problemas da geração de resíduos
e da poluição dos oceanos.
Além da Selfridges, há outros casos isolados de
empresas, instituições e cidades que baniram as garrafas plásticas, ao menos
parcialmente. Nos Estados Unidos, a cidade de Concord, no estado de
Massachusetts, e 14 parques nacionais proibiram terminantemente sua venda. Em
março deste ano, San Francisco, na California, aprovou resolução na mesma
linha, a ser implantada progressivamente nos próximos quatro anos em áreas
públicas e nos treilers que vendem lanches. A nova legislação abre, porém,
algumas brechas. Se for comprovado que não há fontes alternativas de água
potável nas redondezas, será possível comercializar as embalagens. Também será
possível adquirir galões e outras embalagens de grandes volumes.
No Canadá, as garrafas já foram banidas por uma
comunidade indígena e pela prefeitura Toronto, que não autoriza a sua venda na
maioria dos parques e outras áreas públicas desde 2012.
Naturalmente, as fabricantes de embalagens PET e de
água mineral têm combatido ruidosamente tais iniciativas. Um dos seus
principais argumentos contra a proibição da venda de garrafinhas é que isto
está obrigando os consumidores a comprar bebidas menos saudáveis. Na semana
passada, elas divulgaram estudo recém-publicado pelo American Journal of Public
Health que lhes é favorável. A pesquisa de Elizabeth R. Berman e Rachel K.
Johnson, do Departamento de Nutrição e Ciências da Alimentação da University of
Vermont avaliou os desdobramentos da proibição da venda das garrafinhas em um
de seus campus (um dentre duas dezenas de câmpus americanos que adotaram a
medida). Elas concluiram que a proibição fez crescer consideravelmente a venda
de refrigerantes.
Como no caso da substituição das sacolas plásticas por
sacolas de pano, teremos que investir alguns anos na educação do consumidor – é
um processo lento e complicado, mas que merece o empenho.
Fonte: Página 22
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