Propostas
do Brasil na Conferência do Clima serão ambiciosas, diz secretário.
De acordo com o secretário, outra meta “ambiciosa”
no acordo feito entre Brasil e Estados Unidos é o compromisso de, até 2030, ter
20% da matriz elétrica desses países oriunda de fontes renováveis, sem
considerar a fonte hidrelétrica. Foto: Julio César Mulatinho.
Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil –
As propostas que o Brasil apresentará na 21ª
Conferência das Partes (COP 21) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima deverão seguir o mesmo caminho, com metas ambiciosas, dos acordos
climáticos firmados entre Brasil e Estados Unidos no último mês de junho. A
informação foi dada hoje (15) pelo secretário de Mudanças Climáticas e
Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink.
Segundo ele, o Brasil é uma liderança internacional
nas negociações sobre o clima e está trabalhando em alto nível político, com
contribuições da sociedade acadêmica, civil, em todos os setores, para
apresentar uma proposta robusta e inovadora na conferência, olhando pós-2020.
“Nós demos, como disseram os americanos, um flash [uma mostra do que será
apresentado na COP 21]. A questão de restaurar 12 milhões de hectares [de
florestas] até 2030 é uma meta muito ambiciosa, é metade da área do estado de
São Paulo de reflorestamento.”
De acordo com o secretário, outra meta “ambiciosa”
no acordo feito entre Brasil e Estados Unidos é o compromisso de, até 2030, ter
20% da matriz elétrica desses países oriunda de fontes renováveis, sem
considerar a fonte hidrelétrica. “Nós hoje somos [utilizamos] 9% [de outras
fontes renováveis], nos Estados Unidos, são cerca de 7%, vão ter que alcançar
20% até 2030. É por esse caminho que estamos indo”, disse Klink sobre as
propostas para a COP 21.
Ele lembrou que o Brasil já tem a Política Nacional
sobre Mudança do Clima, com metas de reduzir em 38% as emissões de gases
causadores do efeito estufa até 2020. “Já passamos desse limite, já reduzimos
mais de 41%. Então, estamos usando esse aprendizado para apresentar uma boa
contribuição [na COP 21].”
A COP 21, que será realizada em Paris, de 30 de
novembro a 11 de dezembro deste ano, reunirá 196 países na construção de um
novo acordo climático com metas globais de redução de gases causadores do
efeito estufa e novos caminhos para o desenvolvimento sustentável.
Para Klink, o tema das mudanças climáticas envolve
também questões de crescimento e desenvolvimento econômico e igualdade social e
que o acordo entre Brasil e Estados Unidos, “países que mais reduziram emissões
de gases”, ajuda a pensar conjuntamente o tema e colocar as necessidades reais
em pauta, “como inovar nas questões de florestas, energia, de financiamento,
continuar o combate ao desmatamento.”
O secretário informou que as primeiras reuniões
entre representantes dos dois países estão marcadas para outubro, para a troca
de aprendizagens e tecnologias.
* Edição: Valéria Aguiar.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário