Alerta
sobre agrotóxicos e importância dos recursos hídricos são temas de oficina a
educadores do campo.
Professores incorporaram personagens para debater a
questão do agrotóxico. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV.
Sucena Shkrada Resk/ICV
Nove professores da Escola do Campo Aldovandro da
Rocha Silva, no Projeto de Assentamento Nova Cotriguaçu, em Cotriguaçu, no
noroeste mato-grossense, Amazônia, destinaram a tarde do último dia 27 de julho
para atividade de formação continuada. Durante o período, obtiveram informações
e refletiram sobre os perigos dos agrotóxicos à saúde e a importância dos
recursos hídricos na região, no contexto do desmatamento e de projetos de
usinas hidrelétricas na Bacia do Tapajós, que representam 25% do que é
programado para toda a Amazônia, e onde fica o rio Juruena, principal curso
d`água na região. Esta é a terceira oficina com temáticas socioambientais das
quais participam desde o mês de maio. As anteriores foram sobre solo e
agroecologia.
O recurso da encenação teatral, que é uma
ferramenta útil para o dia a dia em sala de aula, possibilitou que cada um
incorporasse um personagem, como o representante da associação de pequenos
produtores rurais, o vendedor do produto, o próprio produtor, o enfermeiro e o
observador. Dessa forma, discutiram a cadeia de relações que envolve o mercado
de defensivos químicos agrícolas e a necessidade de maior conhecimento da
sociedade a respeito.
Durante a dinâmica, receberam o alerta sobre a
importância da floresta em pé para a manutenção do regime hídrico, ao assistir
um vídeo com palestra do pesquisador Antonio Nobre, do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (INPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE).
O especialista, durante sua exposição, explica que trata-se de um
potencial de produção de 20 bilhões de toneladas de água por dia. Uma realidade
ameaçada por uma Amazônia que hoje já mantém uma estação seca.
Processo de implementação de hidrelétricas foi
explicado aos educadores. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV.
Os educadores também foram esclarecidos de que o
processo que antecede a construção de qualquer usina hidrelétrica deve ser
constituído por diferentes etapas, que envolvem a população, com reuniões com a
comunidade, audiência pública, oitiva indígena, licença prévia, licença de
instalação e de operação.
A oficina foi ministrada pela equipe do Instituto
Centro de Vida (ICV) e integra o projeto Cotriguaçu Sempre Verde – Fase II, que
busca consolidar uma nova trajetória de desenvolvimento municipal, pautada na
construção de soluções sustentáveis de produção e governança socioambiental. O
projeto iniciado em 2011 tem o apoio do Fundo Vale.
Veja também:
Fonte: ICV
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