Produzir
sem degradar.
Fátima Cabral nasceu no Rio Grande do Sul, mas foi
no Cerrado que construiu sua vida e onde conheceu a importância de conservar o
solo e a água. Foto: © WWF-Brasil/Eduardo Aigner.
Por Redação do WWF Brasil –
A 50 km de Brasília, em Planaltina ou, mais
especificamente, na comunidade Pipiripau II mora a agricultora Fátima Cabral.
Nasceu no Rio Grande do Sul, mas foi no Cerrado que construiu sua vida e onde
conheceu a importância de conservar o solo e a água.
D. Fátima, como todos a conhecem, vive às margens
da bacia do rio Pipiripau, que abrange uma área de 235 km² na região nordeste
do Distrito Federal, e que tem grande importância para as regiões
administrativas de Planaltina e Sobradinho, pois fornece água para mais de 200
mil pessoas.
Trabalhar de forma sustentável sempre foi algo que
a agricultora defendeu em sua propriedade, mas faltava conhecimento e
ferramentas para colocar as ações em prática. Na região, o plantio convencional
(com uso de agrotóxicos) ainda é muito forte e poucos são os produtores que têm
a consciência ambiental pela preservação do rio. “A água é imprescindível. Cada
vez que eu tenho contato com a água, eu me encho de um profundo sentimento de
gratidão por ter este recurso tão precioso. Esse foi o principal motivo para eu
decidi colocar em prática a produção agroecológica”, disse Fátima.
Por meio do Programa Água Brasil, ela foi uma das
escolhidas para ser beneficiária e implementar uma Unidade Demonstrativa em sua
propriedade. Ali, foram restaurados 10 hectares com o plantio de 18 mil mudas
em uma área próxima à nascente do Ribeirão Pipiripau. Além disso, a estrada foi
arrumada, terraços foram implementados e uma cerca foi construída para impedir
o acesso do gado à região próxima ao rio, que acaba degradado o solo e,
consequentemente, provocando danos ao rio.
Em um ano, já é possível perceber a diferença do volume de água que corre no rio Pipiripau. “É emocionante ver a mudança depois da restauração. Hoje temos árvores com 5 metros de altura e o rio voltou a correr com muito mais água do que antes. Dá até pra ver os peixinhos de volta”, conta.
Todo este trabalho valeu a pena. Além de produzir
de forma agroecológica e harmoniosa com o meio ambiente, D. Fátima já conseguiu
criar uma rede de produtores interessados em participar deste movimento pela
sustentabilidade. Dentre os projetos futuros estão, por exemplo, a criação de
uma cooperativa de alimentos orgânicos e a disseminação dessas práticas para as
crianças.
“Meu sonho é mobilizar a juventude, pois são eles
que vão realmente participar desta transformação pelo meio ambiente, pois têm
mais consciência e são os futuros habitantes deste planeta, portanto, são os
maiores beneficiados”, finaliza.
Fonte: WWF Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário