quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Produzir sem degradar.
Fátima Cabral nasceu no Rio Grande do Sul, mas foi no Cerrado que construiu sua vida e onde conheceu a importância de conservar o solo e a água. Foto: © WWF-Brasil/Eduardo Aigner.

Por Redação do WWF Brasil –

A 50 km de Brasília, em Planaltina ou, mais especificamente, na comunidade Pipiripau II mora a agricultora Fátima Cabral. Nasceu no Rio Grande do Sul, mas foi no Cerrado que construiu sua vida e onde conheceu a importância de conservar o solo e a água.

D. Fátima, como todos a conhecem, vive às margens da bacia do rio Pipiripau, que abrange uma área de 235 km² na região nordeste do Distrito Federal, e que tem grande importância para as regiões administrativas de Planaltina e Sobradinho, pois fornece água para mais de 200 mil pessoas.

Trabalhar de forma sustentável sempre foi algo que a agricultora defendeu em sua propriedade, mas faltava conhecimento e ferramentas para colocar as ações em prática. Na região, o plantio convencional (com uso de agrotóxicos) ainda é muito forte e poucos são os produtores que têm a consciência ambiental pela preservação do rio. “A água é imprescindível. Cada vez que eu tenho contato com a água, eu me encho de um profundo sentimento de gratidão por ter este recurso tão precioso. Esse foi o principal motivo para eu decidi colocar em prática a produção agroecológica”, disse Fátima.

Por meio do Programa Água Brasil, ela foi uma das escolhidas para ser beneficiária e implementar uma Unidade Demonstrativa em sua propriedade. Ali, foram restaurados 10 hectares com o plantio de 18 mil mudas em uma área próxima à nascente do Ribeirão Pipiripau. Além disso, a estrada foi arrumada, terraços foram implementados e uma cerca foi construída para impedir o acesso do gado à região próxima ao rio, que acaba degradado o solo e, consequentemente, provocando danos ao rio.

Em um ano, já é possível perceber a diferença do volume de água que corre no rio Pipiripau. “É emocionante ver a mudança depois da restauração. Hoje temos árvores com 5 metros de altura e o rio voltou a correr com muito mais água do que antes. Dá até pra ver os peixinhos de volta”, conta.

Todo este trabalho valeu a pena. Além de produzir de forma agroecológica e harmoniosa com o meio ambiente, D. Fátima já conseguiu criar uma rede de produtores interessados em participar deste movimento pela sustentabilidade. Dentre os projetos futuros estão, por exemplo, a criação de uma cooperativa de alimentos orgânicos e a disseminação dessas práticas para as crianças.

“Meu sonho é mobilizar a juventude, pois são eles que vão realmente participar desta transformação pelo meio ambiente, pois têm mais consciência e são os futuros habitantes deste planeta, portanto, são os maiores beneficiados”, finaliza.


Fonte: WWF Brasil

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