Apesar de promessa ao COI, Rio não interliga regiões
olímpicas por ciclovias.
A ciclovia da Estrada dos Bandeirantes apresenta
vários problemas, como postes no meio da pista, buracos, desníveis e má
sinalização. Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil.
Por Vitor Abdala, da Agência Brasil –
A um ano dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro
ainda não cumpriu a promessa de ligar as quatro zonas de competições (Barra,
Deodoro, Copacabana e Maracanã) por ciclovias. O compromisso foi assumido com o
Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009, durante a disputa para sediar os
Jogos. O Rio de Janeiro receberá, de 5 a 21 de agosto de 2016, o maior evento
esportivo do planeta.
Hoje, para se deslocar de bicicleta de Copacabana
para a Barra, por exemplo, é preciso disputar espaço com carros nas ruas. O
mesmo vale para um deslocamento do Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã)
para a Praia de Copacabana.
O Mapa de Projetos Cicloviários 2015/2016 da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, atualizado em janeiro deste ano, prevê
interligação entre a região do Maracanã e Copacabana. Há também a previsão de
interligação de Copacabana com a Barra.
Não há previsão, entretanto, de ligação direta da
zona do Maracanã com a Barra. Deodoro, a região mais distante das demais,
também deverá permanecer isolada, sem qualquer ligação por ciclovia.
O compromisso de facilitar o deslocamento entre as
instalações olímpicas, dentro de uma mesma zona, por meio das bicicletas,
também não deve ser cumprido. As duas maiores instalações dos Jogos Olímpicos,
por exemplo, o Complexo Esportivo do Maracanã e o Estádio Olímpico João
Havelange (Engenhão), separadas por menos de oito quilômetros, não são ligadas
por ciclovias e não há previsão de que novas pistas sejam construídas até o
início dos Jogos, daqui a um ano.
Para José Lobo, presidente da organização não
governamental Transporte Ativo, que promove o uso da bicicleta no Rio de
Janeiro, a interligação das zonas olímpicas seria um grande legado para a
cidade.
“A Alemanha, na Copa do Mundo de 2006, conseguiu
aumentar em 10% o número de usuários da bicicleta porque fez dela um meio de
transporte para os estádios. As pessoas experimentaram, gostaram e depois
continuaram usando a bicicleta. Realmente, [para os Jogos Olímpicos de 2016] a
bicicleta não foi pensada como uma alternativa para as pessoas acessarem os
estádios”, disse.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, os
dois maiores polos olímpicos, a Barra e Copacabana, serão interligados por
ciclovias, depois da reforma da Avenida Niemeyer. Segundo a secretaria, será
possível ir do centro da cidade até Guaratiba, na zona oeste, de bicicleta.
Já o polo olímpico de Deodoro será interligado às
demais por meio de BRTs (corredores exclusivos de ônibus), que, por sua vez,
terão estações interligadas a ciclovias.
* Edição: Lílian Beraldo.
Fonte: Agência Brasil
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