Agricultoras
são incentivadas em processo de empoderamento.
“Nena” representou o Grupo de Mulheres Unidas
(Comunidade Ouro Verde). Foto: Suzanne Scaglia/ICV.
Sucena Shkrada Resk/ICV
Relatar pela primeira vez a experiência do Grupo de
Mulheres Unidas, da Comunidade Ouro Verde, de Cotriguaçu, no
noroeste-matogrossense, com o extrativismo e beneficiamento do babaçu, a
mais de 50 pessoas de diferentes partes do Brasil, foi uma experiência única,
segundo Aparecida Silva de Santana, mais conhecida por “Nena”. Entre os dias 19
e 24 de julho, ela esteve em Brasília, participando da Oficina Gestão de
Projetos, do Fundo Socioambiental Casa, quando também ouviu relatos de
iniciativas socioambientais das mais diversas e aprendeu pontos importantes
para o empreendedorismo coletivo. Essa vivência aguçou a vontade da
trabalhadora rural para melhorar o desempenho de seu grupo.
“Um de nossos desafios é ampliar nossa
participação, mudar o jeito que fazemos nossas reuniões e torná-las mais
frequentes. Sem comunicação, os projetos não vão para frente. Mais um ponto que
precisamos adotar, é o monitoramento, além de nos preocuparmos com o capital de
giro”, disse.
Nena conta que o coração acelerou, quando explicou
aos participantes do evento, que o grupo, com cerca de 10 mulheres, produz a
farinha de mesocarpo para compor a ração animal e a meta das agricultoras é
ampliar a geração de renda, com outros produtos, como bolacha, pão e biojoias.
“Conheci também ações muito interessantes, como da
mobilização que acontece na Serra da Gandarela, em MG, para recuperar uma área
degradada. Isso me fez pensar que aqui, ainda temos muito floresta que não pode
ser destruída. Outra situação que me sensibilizou foi de ribeirinhos, no
Amazonas, para melhorar as condições de vida, com relação ao abastecimento de
água”.
A agricultora familiar e suas companheiras estão
sendo beneficiadas pelo Projeto Cozinha: Mulheres que Lutam, da Associação
Grupo de Reflorestamento Agroindustrial de Ouro Verde, aprovado pelo Fundo
Socioambiental Casa, em abril deste ano. Por meio dos recursos recebidos nesta
iniciativa, já estão sendo instalados um poço semi-artesiano e energia, na área
onde ficará a futura cozinha do grupo. Em um prazo de até um ano e meio, está
programada a aquisição de diferentes equipamentos, como liquidificador e
batedeira industrial, e freezer.
A iniciativa tem assessoria da equipe técnica do
Instituto Centro de Vida (ICV), que auxilia no processo de empoderamento das
mulheres. Atualmente parte do grupo participa de módulos do Curso Negócio Certo
Rural, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar), e
futuramente serão capacitadas em informática básica.
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Fonte: ICV
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