Drones:
novo caminho para a conservação ambiental.
Imagem captada por Ecodrone na região do Mosaico
Sertão Veredas Peruaçu. Foto: © WWF-Brasil.
Por Redação do WWF Brasil –
Com capacidade de coletar dados e imagens de alta
resolução, a tecnologia dos Veículos Aéreos Não Tripulados (os Vant’s,
popularmente conhecidos como drones), pode ser uma ferramenta de trabalho para
organizações que cuidam do meio ambiente. Os desafios são muitos, especialmente
de natureza legal, mas a necessidade de inovações que contribuam para a
proteção e monitoramento dos animais e das florestas motivou o WWF-Brasil,
juntamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) e outros parceiros, a iniciar o Projeto Ecodrones Brasil.
O Projeto Ecodrones Brasil, lançado na
sexta-feira (17), quando se celebra o dia da Proteção das Florestas, tem a
intenção de otimizar a conservação, não apenas do ponto de vista técnico como
também econômico, já que as ações necessárias para a proteção dos recursos
naturais requerem, na maioria das vezes, bastante tempo e dinheiro (Assista ao
vídeo, que explica como os drones podem ser usados para aperfeiçoar a gestão, a
vigilância e o monitoramento dos recursos naturais do nosso País).
Segundo o especialista do Programa Amazônia do
WWF-Brasil, Marcelo Oliveira, o potencial de uso desses equipamentos na esfera
ambiental é enorme. Ele contou que os ecodrones trazem oportunidades inovadoras
para o mapeamento de áreas protegidas, monitoramento da biodiversidade, combate
a incêndios florestais, caça e exploração dos recursos naturais, bem como na coleta
de dados científicos.
O diretor de Criação e Manejo do ICMBio, Sergio
Brant, destacou que o órgão tem muito interesse nas possibilidades e
alternativas de uso dos Vant’s. “É uma ferramenta interessante, que tem uma
série de possibilidades de utilização em áreas protegidas: desde fiscalização
até o uso público”, afirmou.
O emprego de veículos aéreos não tripulados para a
defesa da biodiversidade já é reconhecido como uma estratégia bastante eficaz
em alguns continentes, como África e Ásia. Em 2012, o WWF ganhou um prêmio de
U$ 5 milhões do Google para um projeto com vistas a reduzir a morte de
elefantes e rinocerontes em áreas protegidas na África.
Na Austrália, um experimento de monitoramento do
Dugongo – um tipo de mamífero aquático semelhante ao peixe-boi – foi feito com
Vant’s e trouxe resultados mais rápidos, mais baratos e mais refinados do que o
método tradicionalmente utilizado de enviar um grupo de pesquisadores a bordo
de um avião.
A aplicação da tecnologia no cenário brasileiro
ainda é tímida ou realizada de forma isolada, especialmente por que a lei que
regulamenta seu uso não traz regras claras para este tipo de finalidade.
Nesse sentido, o Projeto Ecodrones está focado em
construir um cenário favorável para a utilização de Vant’s na questão ambiental
no Brasil nos próximos meses. “Nós não faremos uso recreativo ou comercial
deste equipamento, e entendemos que é preciso uma normatização diferente, que
contemple e auxilie seu uso com objetivo de conservação do patrimônio natural
brasileiro”, disse Oliveira.
Além da regulamentação, ele defendeu que é preciso
formar um corpo técnico que seja capacitado e habilitado para pilotar os
equipamentos e realizar um planejamento que possibilite voos seguros e
eficientes. “É nessa etapa que o grupo de cooperação está concentrando seus
esforços”, afirmou Oliveira.
O grupo de cooperação, que foi formado em junho,
busca não só planejar como utilizar esta tecnologia e ajudar os órgãos
reguladores – como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – a construir leis
que ajudem e facilitem o uso desses aparelhos para o monitoramento de toda a
biodiversidade brasileira.
Este grupo que vem pensando em todas essas questões
é formado pelo WWF-Brasil, pela organização não governamental inglesa
Conservation Drones, o ICMBio, a Agência Nacional de Águas (ANA), a
Universidade Federal de Goiás (UFG), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o
Instituto Araguaia de Proteção Ambiental, uma organização não-governamental do
Estado do Tocantins.
Fonte: WWF Brasil
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