Associações são cruciais para atingir ODS.
O representante permanente da Coreia do Sul, Oh
Joon, é o novo presidente do Conselho Econômico e Social da ONU. Foto: Mark
Garten/ONU.
Por Aruna Dutt, da IPS –
Nações Unidas, 5/8/2015 – O novo presidente do
Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), Oh Joon, terá um papel-chave em
determinar como serão implantados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) posteriores a 2015 que serão adotados na cúpula mundial de setembro.
Em seu discurso de posse, o também representante
permanente da Coreia do Sul expôs sua agenda dizendo: “O Conselho liderará os
esforços para criar uma associação global inclusiva e comprometida, que dê as
boas-vindas à significativa contribuição que todos os atores podem dar”.
O diplomata considera prioritário abordar a
desigualdade entre e dentro das nações, e anunciou que convocará uma reunião
especial do Ecosoc sobre esse assunto para o início de 2016. “No passado, a
desigualdade foi uma discussão à parte. Mas agora se debate muito mais no
contexto do desenvolvimento”, afirmou à IPS o representante permanente-adjunto
de Oh, Hahn Choong-hee.
Sobre a importância de abordar tanto o
desenvolvimento como a desigualdade em um mundo problemático, Hahn disse que
“não podemos conseguir uma sociedade realmente pacífica e inclusiva sem abordar
o extremismo violento. Ao mesmo tempo, sem alcançar o crescimento econômico
sempre há grupos isolados e marginalizados que são mais propensos à violência,
o que torna realmente difícil enfrentar o extremismo violento”.
Hahn, um diplomata de carreira que ocupou altos
postos no Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul e que também
serviu a África, Europa e América, destacou a importância da associação global
com vistas a cumprir os ODS. Isso exige três passos, pontuou.
O primeiro é comunicar os ODS, para que todos
entendam o que representam. “Mas também deveria haver uma compreensão
conceitual de assuntos subjacentes, como justiça social, desigualdade e os
aspectos econômicos, sociais e ambientais”, ressaltou. O segundo é que todos os
atores deveriam participar do processo, incluídas as organizações da sociedade
civil, jovens, meios de comunicação e academia, continuou. E terceiro, todos
têm algo para dar aos ODS, “seja financiamento do setor privado ou tecnologia e
conhecimentos acadêmicos, todos podem contribuir”, afirmou.
O diplomata apontou uma série de temas importantes
para a agenda posterior a 2015. “Ao longo dos próximos 12 meses teremos muitos
processos diferentes para convocar associações globais, nos quais
particularmente os jovens estarão extremamente comprometidos”, antecipou Hahn.
“A sociedade considera muito evidente que a juventude é um ator crucial nos
resultados do desenvolvimento, especialmente nos próximos 15 anos, mas este não
é só um assunto sobre o qual falar, mas sobre o qual se deve atuar”, enfatizou.
Para este diplomata, motivar a população para o
desenvolvimento é fundamental, especialmente em áreas rurais. “Este é um motor
importante. Temos recursos e tecnologia, mas não podemos superar essa pobreza
sem que as pessoas entendam que temos de trabalhar juntos, com dedicação. Temos
que nos mobilizar com a motivação de que essa pobreza deve e pode ser freada
dentro de nossa geração, se trabalharmos duro, coletiva e estrategicamente”,
apontou.
Hahn também enfatizou a importância da democracia
para o desenvolvimento, citando a experiência de seu próprio pais. “Democracia
significa desenvolver instituições democráticas e um estado de direito para
garantir que o dinheiro que os indivíduos ganham com seu árduo trabalho esteja
protegido”, afirmou.
“Na história de desenvolvimento da Coreia do Sul o
crescimento econômico foi avançando enquanto o processo democrático ficava para
trás. Mas, quando a população tem boa renda e melhor salário, começa a querer
melhores sistemas de proteção desta renda. Democracia significa proteção e
transparência”, ressaltou.
A propósito do que fazer com o extremismo, Hahn
disse que a educação, os meios de comunicação, as migrações e os jovens são
quatro áreas fundamentais para abordar a questão. Embora na nova agenda se fale
que ninguém deve ficar para trás, “na realidade precisamos deixar para trás os
grupos que perpetuam o extremismo violento, para indicar que seu argumento não
é aceitável para a sociedade internacional”, afirmou.
“Temos que isolá-los. Temos que instruir os jovens
estudantes sobre a cidadania global. O pensamento crítico é muito importante na
hora de lidar com a questão do extremismo violento, para ensinar aos jovens que
este não funciona em uma sociedade pacífica e inclusiva”, acrescentou Hahn.
Fonte: ENVOLVERDE
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