Momento inédito para o setor florestal brasileiro.
Por Redação do WWF Brasil –
Um espaço bonito e agradável, construído
inteiramente com madeira rastreada, doada pelos oito Sindicatos do setor de
base florestal de Mato Grosso, a Biblioteca Conselheiro Sidnei Basile,
instalada no Espaço Angatu, na sede do WWF-Brasil, se tornou um marco para
estimular o uso responsável da madeira de boa origem na construção civil. ©
Walter Guimarães / Divulgação Forum Florestal.
Cerca de 60 pessoas, entre autoridades civis,
pesquisadores, ambientalistas, representantes do setor florestal e da cadeia
produtiva da madeira, acompanharam, no último dia 30 de abril, um momento
histórico para o setor madeireiro brasileiro: o lançamento do Comitê de
Salvaguardas do Programa Madeira é Legal, que reúne pela primeira vez
empresários do setor produtivo, da indústria de transformação da madeira, do
governo, da sociedade civil, pesquisadores e consumidores finais. A
oficialização do Comitê ocorreu na sede do WWF-Brasil, em Brasília, no Espaço
Angatu, local que foi reinaugurado e, a partir de agora, terá uma biblioteca
socioambiental disponível para visitação pública, por meio de agendamento
prévio.
Esse Grupo, resultado da parceria do Fórum Nacional
das Atividades de Base Florestal (FNBF) e do WWF-Brasil, com apoio da União
Europeia no Brasil, terá o papel primordial de trazer boas práticas para o
setor florestal e recomendações em áreas como produção, mercado,
competitividade, entre outros. Ao todo foram quatro anos de planejamento e
preparação com debates, mesas-redondas e workshops, envolvendo cadeia
produtiva, governo, pesquisadores, ambientalistas e empresários.
“É a primeira vez no Brasil que todos os envolvidos
do setor madeireiro conseguem se unir para combater a madeira ilegal no país e
ao mesmo tempo propor soluções. O Comitê terá o papel de trazer inovação, além
de atuar como conselho consultivo do Fórum”, explica Marco Lentini, coordenador
do Programa Amazônia do WWF-Brasil.
O pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) /
Rede de Amigos da Amazônia, Rafael Murta, também presente no evento, disse que
não há registro de algo semelhante no Brasil ou no mundo. “O Comitê é formado
por um grupo de pessoas de relevância e conhecimento do setor para indicar e
contribuir com o andamento dos processos”.
O presidente do Fórum Nacional das Atividades de
Base Florestal (FNBF), Geraldo Bento, ficou muito honrado de fazer parte deste
momento único para o setor. “Nós estamos trabalhando para que o setor tenha
cada vez mais credibilidade e competitividade. Temos certeza que a floresta que
tem um plano de manejo em andamento está protegida, e a que não tem está
ameaçada”, argumentou.
São membros do Comitê de Salvaguardas: João
Baldasso (empresário do setor produtivo em MT); George Dobré (empresário de
transformação do produto – Estado do Acre); Antônio Carlos Hummel
(representante técnico e político); Marcos Vinicius Gomes (FGV); Lilian Sarrouf
(Sinduscon-SP); Raimundo Deusdará (Serviço Florestal Brasileiro – Governo);
Mauro Armelin (superintendente do WWF-Brasil).
Biblioteca Conselheiro Sidnei Basile © Walter
Guimarães / Divulgação Forum Florestal.
Biblioteca
Um espaço bonito e agradável, construído
inteiramente com madeira rastreada, doada pelos oito Sindicatos do setor de
base florestal de Mato Grosso, a Biblioteca Conselheiro Sidnei Basile,
instalada no Espaço Angatu, na sede do WWF-Brasil, se tornou um marco para
estimular o uso responsável da madeira de boa origem na construção civil.
O Espaço Angatu é conhecido dos colaboradores do
WWF-Brasil há anos. É o local que os funcionários da instituição utilizam para
relaxar durante o expediente. Desde o ano passado, no entanto, ele passou por
uma reformulação. “O local representa simbolicamente a construção de um novo
momento na produção e na comercialização legal e responsável de madeira
tropical no Brasil. Será utilizado pelo programa “Madeira é Legal, como um case
para apresentação de vantagens e desafios do uso da madeira de boa origem na
construção civil”, explica o analista de conservação sênior do WWF-Brasil,
Ricardo Russo, que coordenou diretamente esse processo.
Segundo ele, o Espaço é mais que uma biblioteca.
Sua inauguração com madeira nativa, proveniente do Plano Manejo Florestal Sustentável
(PMFS), representa a materialização de anos de trabalho de aproximação entre
setor produtivo de base florestal, indústrias e organizações ambientais. “O
WWF-Brasil conseguiu depois de muito tempo de trabalho compreender o setor
florestal, responsável pela alta geração de empregos na Amazônia, e identificar
a melhor forma de construir um Espaço com baixa emissão de carbono. A
biblioteca é uma ideia que sela a relação do setor florestal neste novo
momento”, disse Ricardo Russo.
A proposta é que cientistas, professores,
pesquisadores, estudantes e representantes de órgãos públicos possam ter acesso
ao acervo. A temática ambiental estará disponível no local em todas as
publicações editadas recentemente pelo WWF-Brasil e por organizações parceiras.
Conheça o programa Madeira é Legal
O Madeira é Legal, criado em março de 2009, é um
protocolo de cooperação assinado por 23 instituições, e tem como objetivo
incentivar e promover o uso da madeira de origem legal e certificada no estado
de São Paulo.
Entre as diversas ações realizadas pelo programa
estão a publicação de livros e manuais; a realização de capacitações para
associações de classe, como construtoras e incorporadoras; a promoção de um
workshop internacional com produtores da Colômbia; a realização de um estudo de
viabilidade para aperfeiçoar a tributação da madeira no Estado de São Paulo; e
a participação em feiras especializadas.
Com o lançamento do Comitê de Salvaguardas,
espera-se que os trabalhos ganhem escala, efetividade e possam trazer melhores
resultados.
Entre as ações previstas para 2015 estão o
lançamento de uma plataforma virtual de compra e venda de madeira certificada e
a promoção de cursos especializados com foco em uso de madeira na construção
civil.
Fonte: WWF Brasil
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