Exposição:
30 anos de luta indígena.
Esta imagem foi símbolo da campanha pelos direitos
indígenas na Constituinte. Foto: © Claudia Andujar.
Mostra em Brasília reúne 43 fotos de momentos e
personagens históricos, apresentadas em ordem cronológica, clicadas por 33
fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em português e inglês.
Começa oficialmente na próxima terça, 12/05, no
Salão Branco do Senado Federal, em Brasília, a exposição Povos Indígenas no
Brasil 1980/2013 – Retrospectiva em Imagens da Luta dos Povos Indígenas no
Brasil por seus Direitos Coletivos. A mostra comemora os 30 anos do Apoio
Norueguês aos Povos Indígenas no Brasil, os 25 anos da Constituição e os 20
anos do Instituto Socioambiental (ISA). O projeto é uma realização da Embaixada
da Noruega no Brasil e do ISA.
A exposição, que estreou em novembro do ano passado
no Museu da República, também na capital federal, contou com a presença de
lideranças indígenas históricas como Marcos Terena, Ailton Krenak, o cacique
kayapó Raoni Metuktire, Almir Suruí Paiter e Davi Yanomami. Veja o vídeo:
A mostra é composta por 43 fotos, apresentadas em
ordem cronológica, clicadas por 33 fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em
português e inglês. São 18 totens de 2,39 x 2 m, com imagens de ambos os lados,
e a iluminação noturna das peças será feita por coletores solares, no topo dos
totens.
Momentos e personagens históricos
A maior parte das imagens foi publicada
originalmente na imprensa ou nos volumes da série Povos Indígenas no Brasil,
elaborada, inicialmente, pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação
(Cedi) e, a partir de 1994, pelo ISA, com apoio do governo norueguês.
Marco de bronze para a demarcação física das Terras
Indígenas do Rio Negro, maloca da Federação nas Organizações Indígenas do Rio
Negro (Foirn), São Gabriel da Cachoeira e Amazonas. Trata-se do mais extenso e
contínuo bloco de Terras Indígenas reconhecido oficialmente em faixa de
fronteira na Amazônia brasileira. Abril de 1997. Foto: © Pedro Martinelli/ISA.
A exposição traz momentos e personagens históricos,
retratados em um período de 33 anos no qual os povos indígenas saíram da
invisibilidade para entrar de vez no imaginário e na agenda do Brasil
contemporâneo. O marco desse processo foi o capítulo dos direitos indígenas da
Constituição. Entre outros temas, as imagens retratam a participação indígena
na Constituinte (1986-1988); a batalha pelo reconhecimento das Terras
Indígenas; a resistência às invasões de garimpeiros e madeireiros; o apoio de
músicos como Sting e Milton Nascimento; a apropriação das tecnologias do homem
branco; as ameaças aos últimos povos “isolados”; as mobilizações recentes pela
garantia de seus direitos.
“Pretende-se que essas imagens sirvam de referência
para as narrativas dos seus protagonistas, assim como para o aprendizado das
novas gerações”, explica Beto Ricardo.
Em 1983, a Noruega criou uma linha específica de
cooperação internacional para apoio aos povos indígenas e o Brasil foi o
primeiro país a receber seus recursos. A Embaixada da Noruega apoia atualmente
12 associações indígenas e organizações indigenistas. A base da iniciativa é a
Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um dos principais
mecanismos internacionais de proteção aos direitos indígenas. A Noruega foi o
primeiro país a ratificá-la, em 1990. O Brasil fez o mesmo em 2002.
Indígenas de várias etnias mantiveram-se em vigília
no Congresso Nacional, em BrasÌlia, para garantir seus direitos no texto final
da Constituição. Junho de 1988. Foto: © Beto Ricardo/ISA.
“A Noruega vem firmando parcerias de longa duração
com várias associações indígenas e organizações não governamentais indigenistas
no Brasil por meio de seu Apoio aos Povos Indígenas. O foco tem sido o apoio
institucional”, informa a ministra conselheira Sissel Hodne Steen.
“Extintos”
A exposição trata de um período histórico recente
(1980-2013) marcado pelo protagonismo político dos povos indígenas, depois de
terem sido considerados extintos. Essa visão está presente no curioso relato do
antropólogo Claude Lévi-Strauss, registrado em seu livro “Tristes Trópicos”,
que serve de epígrafe à exposição. Em 1934, pouco antes de viajar ao Brasil,
ele questionou o embaixador brasileiro na França sobre como encontrar
comunidades indígenas. “Índios? Infelizmente, prezado cavalheiro, lá se vão
anos que eles desapareceram”, respondeu o diplomata.
O antropólogo Darcy Ribeiro registrou o decréscimo
geral da população indígena e o desaparecimento de mais de 80 etnias, entre
1900 e 1950. Algumas fontes estimam que, em 1500, havia entre dois milhões e
seis milhões de índios no que seria mais tarde o território brasileiro.
Pirakumã Yawalapiti sendo barrado pela Polícia
Militar do Distrito Federal, na entrada do Congresso Nacional. Mobilização
Nacional Indígena, outubro de 2013. © André D’Elia.
A trajetória de resistência retratada na exposição,
no entanto, coincidiu com a recuperação do crescimento demográfico dessas
comunidades, registrada a partir dos anos 1980. Hoje, existem no Brasil 240
povos indígenas, que falam 154 línguas e somam uma população de mais de 896 mil
pessoas (IBGE 2010). O número de índios continua crescendo, assim como o de
etnias, embora alguns povos estejam ameaçados de extinção. Metade das etnias
tem uma população de até mil pessoas; 49 têm parte de sua população habitando
países vizinhos; há 60 registros de povos “isolados”.
A exposição estará aberta ao público, com entrada
franca, de 12 a 22 de maio.
Serviço
O que: Exposição
Povos Indígenas no Brasil
Quando: de 12 a 22 de maio de 2015
Das 9h às 17h30, de segunda a sábado.
Onde: Salão Branco, Senado Federal, Congresso Nacional
Quando: de 12 a 22 de maio de 2015
Das 9h às 17h30, de segunda a sábado.
Onde: Salão Branco, Senado Federal, Congresso Nacional
Fonte: Greenpeace Brasil
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