Exposição valoriza tradição do povo pantaneiro.
Exposição apresenta elementos do dia a dia dos
pantaneiros e suas relações com a maior planície alagável do mundo, o Pantanal.
Foto: Comissão Pastoral da Terra.
Comunidades que vivem a dezenas de quilômetros dos
centros urbanos têm muito a ensinar sobre interação com a natureza e respeito
ao Pantanal.
O tradicional povo pantaneiro, habitante de regiões
do interior do Pantanal e que vive em profundo contato com essa imensa planície
alagável, é tema da exposição ‘O pantaneiro e a natureza’, que está em cartaz
até 30 de junho na Estação Natureza Pantanal. O espaço é mantido pela Fundação
Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em Corumbá (MS), cidade que é a porta
de entrada do Pantanal e está localizada a 400 km de Campo Grande.
A exposição valoriza a tradição e os costumes das
populações pantaneiras, que têm mostrado que é possível viver em equilíbrio com
a natureza. Logo na entrada, os visitantes podem conferir uma réplica de uma
típica casa pantaneira, coberta geralmente por palha de acuri, uma palmeira da
região. “Queremos que os visitantes sejam literalmente ‘transportados’ para o
interior de uma comunidade pantaneira para que possamos sensibilizá-los,
ensinando-os a respeitar e interagir de modo responsável com a natureza, a
exemplo desses povos tradicionais”, afirma Ivonete Guaragni, administradora da
Estação Natureza Pantanal.
Os povos pantaneiros da região de Corumbá vivem a
uma distância que varia de 80 a 140 km da área urbana da cidade, sendo
compostos por cerca de 160 famílias. Por conta dessa distância, eles tiveram
que aprender a retirar da natureza o seu sustento, adaptando-se às duas grandes
épocas do Pantanal: seca e cheia. Ao observar a dinâmica cíclica de inundações
e recuos das águas pantaneiras, essas comunidades assimilaram como devem
trabalhar em cada um dos períodos.
A exposição mostra o dia a dia dessas comunidades,
que vivem de forma bastante simples e a partir de uma relação de
interdependência mútua com os ecossistemas naturais. Estarão expostos
instrumentos utilizados por eles na relação com as áreas alagadas, tais como o
berrante, o laço e a zinga, espécie de remo usado para direcionar as canoas na
época das cheias. Também haverá uma mostra de fotos e vídeos das comitivas
de gado, das rodas de tereré, das comidas típicas e dos meios de transportes
utilizados. As músicas, danças e festas tradicionais que movem a tradição deste
povo também foram retratadas.
Escolas são bem-vindas
Os grupos escolares que queiram visitar a exposição
e ensinar às crianças sobre essas comunidades, bem como sobre o ambiente
natural onde vivem, podem agendar visitas guiadas pelo telefone (67) 3231-9100.
As escolas ganharão um kit com dois exemplares do livro ‘Tradições Pantaneiras
e Sabores do Pantanal’, publicação da ONG Comissão Pastoral da Terra
(CPT). A obra mostra a história e cultura das comunidades tradicionais e
a interação dos pantaneiros com os alimentos oferecidos na natureza,
destacando frutos nativos que poucas pessoas conhecem.
Exposição Permanente
Além da exposição especial sobre o pantaneiro, a
Estação Natureza Pantanal oferece uma mostra permanente sobre
a natureza pantaneira. O espaço ocupa um prédio histórico datado de
1908, às margens do emblemático Rio Paraguai e representa uma verdadeira
imersão no bioma pantaneiro. Nele estão reunidos mais de duas dezenas de
elementos interativos com explicações, tais como painéis com fotos de espécies
que ocorrem na região – como a onça-pintada, o tuiuiú e o
jacaré-do-pantanal – e de seus habitats. Também é possível ouvir registros
de canto e vocalização de aves típicas do Pantanal, além de conferir uma
maquete que explica o ciclo das águas pantaneiras, entre outras atrações.
Serviço
O pantaneiro e a natureza
Data: até 30/06
Endereço: Ladeira José Bonifácio, 111 – Porto Geral –
Corumbá (MS).
Telefone: (67) 3231-9100
Horário de funcionamento:
De terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às
18h.
Sábados, das 14h às 18h.
Ingressos
Inteiro: R$ 3
Estudantes: R$ 1,50
Moradores de Corumbá e Ladário: R$ 1
Isentos: Maiores de 60 e menores de seis anos /
grupos de instituições públicas agendados com antecedência.
Fonte: Ambiente
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