Estudo indica que mudanças
climáticas ameaçam extinguir 1 em 6 espécies.
Por Helen Briggs, da BBC
Uma em cada seis espécies pode ser extinta se
nada for feito para reverter mudanças climáticas, de acordo com analistas.
Se as emissões de carbono continuarem no ritmo
atual e as temperaturas subirem 4 graus até 2100, 16% dos animais e vegetais se
perderão, segundo a pesquisa.
O estudo, publicado na revista científica
Science, mostra que os riscos são maiores na América do Sul, Austrália e Nova
Zelândia.
Mark Urban, da Universidade de Connecticut, nos
EUA, analisou dados de 131 estudos específicos sobre risco de extinção devido à
mudança climática.
Alguns deles haviam sugerido que as mudanças
climáticas poderiam afetar até 54% das espécies – outros diziam que quase
nenhuma seria afetada.
Urban descobriu que, a cada grau que a
temperatura aumenta, a taxa de perda de biodiversidade acelera.
Se as temperaturas subirem 2 graus no futuro em
comparação com o período pré-industrial, o risco de extinção global vai subir
dos 2,8% atuais para 5,2%.
“Se o mundo não se unir e controlar as emissões
de gases de efeito estufa e nós permitirmos que a Terra se aqueça
consideravelmente, vamos enfrentar uma perda potencial de uma em cada seis
espécies”, disse Urban.
“Muitas espécies serão capazes de mudar seu habitat
e se adaptar às alterações climáticas, mas outras não conseguirão, porque seu
habitat desapareceu ou porque não podem mais chegar a ele.”
Habitats únicos
Os riscos de extinção mais elevados estão
previstos para a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul, onde há muitas
espécies adaptadas a habitats que não existem em outros lugares.
Comentando a pesquisa, o professor John J. Wiens,
da Universidade do Arizona, disse que o risco de extinção devido a alterações
climáticas pode ser ainda maior do que 16%, já que a maioria dos estudos
analisados foram da Europa e América do Norte, onde os riscos de extinção são
menores.
“Na América do Sul, o risco de extinção foi
estimado em 23%”, disse ele.
“Infelizmente, esse número mais elevado pode
refletir melhor o número de espécies que podem ser extintas devido às
alterações climáticas em um nível global, se considerarmos a forma como as
espécies do mundo são distribuídas.”
Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da
WWF-UK, disse que as descobertas ecoam seu relatório Planeta Vivo, que
constatou que populações de espécies de vertebrados caíram pela metade desde
1970.
“Este relatório olha para a frente e descobre que
muitas espécies estão ameaçadas de extinção se não formos capazes de combater
as alterações climáticas.”
Fonte: BBC
Brasil
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