Alunos
visitam rio para repensar consumo de água.
Por Marina Lopes, do Porvir –
Na região metropolitana do Recife (PE), alunos saem
da sala de aula para aprender com o espaço geográfico e a comunidade.
Nos arredores da Escola Estadual Senador José
Ermírio de Moraes, em Igarassu, região metropolitana de Recife (PE), o rio
Monjope se transformou em um cenário educativo. Os alunos do 6o ano do ensino
fundamental saíram da sala de aula para conversar com os moradores e ouvir
histórias sobre como era o passado do local. A atividade integrou um projeto
desenvolvido pela professora de geografia Edvânia Lopes para incentivar a
reflexão sobre a poluição e o consumo consciente da água.
“Eu quero tirar o meu aluno de sala de aula para
motivá-lo. Ele aprende com maior facilidade porque não fica só na teoria”,
defendeu Edvânia, ao falar sobre a importância de incentivar o aprendizado a
partir de situações reais.
Foto: Boyan Dimitrov / Fotolia.com
Usando o problema da falta de água como gancho, a
professora promoveu um debate com os alunos sobre a distribuição de recursos
hídricos no planeta, alertando para as consequências do desperdício e da
poluição. “Durante a visita eles perceberam que no passado muitas pessoas da
comunidade até nadavam no rio”, descreveu Edvânia. Após conversar com os
moradores para investigar como era espaço, os alunos se reuniriam em grupos
para produzir maquetes e mostrar o rio antes e depois da poluição.
Os projetos foram apresentados para a escola, assim
como os cartazes com recomendações sobre o uso consciente da água. A ideia foi
incentivar colegas a evitarem o desperdício e se preocuparem com o problema da
poluição. Outro debates surgiram com a análise dos artigos da Declaração
Universal dos direitos da Água, elaborada pela ONU (Organização das Nações
Unidas), em 1992.
A ação foi desenvolvida com o apoio do Programa
Ecoa, uma iniciativa do Instituto Alcoa que fomenta a criação de projetos
socioambientais em 30 escolas municipais das localidades em que a empresa atua.
Segundo Monica Espadaro, gerente de projetos do instituto e coordenadora do
programa, a proposta é incentivar alunos a assumir o papel de protagonistas,
pensando em ações de impacto na escola e na comunidade. “Quando eles se
envolvem nos projetos e conhecem os resultados, eles se empoderam e conseguem
enxergar a possibilidade de mudança”, afirmou.
Um dos pilares do programa é focado na formação de
professores para trabalhar com a metodologia de projetos. Essa capacitação
inclui diagnóstico socioambiental, elaboração de projetos em si, articulação e
mobilização social e avaliação de resultados. Além disso, dois educadores
passam a acompanhar o desenvolvimento das atividades na escola e dão apoio aos
professores. No contraturno, essa equipe também desenvolve com os alunos as
missões Ecoa, nome das atividades socioambientais de caráter lúdico e
educativo.
Para a professora Edvânia Lopes, o apoio serviu
para dar fôlego ao desenvolvimento do projeto, além de subsídios para a compra
de materiais. Com os recursos, também foi possível levar os alunos para
finalizar o projeto com um passeio de ecoturismo.
Eles saíram de Igarassu e viajaram 30 km de ônibus
até a cidade do Recife, onde foram levados para observar o mar e estabelecer
comparações com o rio e a disponibilidade de água doce no planeta. “O principal
ganho foi a conscientização dos alunos”, concluiu a professora.
Fonte: Porvir
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