Laboratório levará pesquisa científica à educação.
Por Fernanda Kalena, do Porvir
EduLab21 busca nas ciências como neurociência,
economia e psicologia embasamento para qualificar políticas públicas.
O Instituto Ayrton Senna (IAS) lançou nesta
quinta-feira, 14, o eduLab21, um laboratório
dedicado à produção e disseminação de conhecimento inovador em educação para o
século 21. A iniciativa se propõe a buscar respostas para questões importantes
da educação a partir das ciências, e assim, gerar uma base de conhecimentos
sobre quais são e como se desenvolvem as competências para o século 21 e
traduzir essas informações para que gestores públicos da área possam tomar decisões
mais fundamentadas.
Foto: wizdata / Fotolia.com
“As ciências todas já têm conhecimento acumulado
suficiente para melhorar políticas públicas, só que os gestores não sabem
disso. O eduLab21 quer juntar pedagogia, economia, psicologia, neurociência e
todo o conhecimento que as ciências desenvolveram e disponibilizar isso para
que os secretários de educação possam melhorar as políticas que eles estão
desenhando”, explicou Tatiana Filgueiras, diretora do laboratório, durante o
evento de lançamento nesta quinta-feira (14), realizado no Insper, em São
Paulo.
O laboratório é organizado em torno de três eixos
principais: produção, sistematização e disseminação. A primeira envolve novos
conhecimentos e também o mapeamento dos já existentes, com o intuito de
identificar as competências importantes para a vida no século 21 e como
desenvolve-las; a sistematização vai traduzir esses conhecimentos, deixa-los
claros e acessíveis para os gestores e educadores; e, por fim, a disseminação
dessas informações tem como objetivo facilitar o desenho de políticas públicas
educacionais inovadoras.
Para realizar o trabalho a iniciativa reúne uma
rede multidisciplinar de parceiros, entre universidades, pesquisadores,
fundações e organizações internacionais.
As parcerias acadêmicas se desenvolvem através de
duas cátedras universitárias, uma de aplicação de políticas públicas no Insper,
coordenada por Ricardo Paes de Barros, ex-secretário de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República e economista-chefe do projeto, e a outra na
Universidade de Ghent, da Bélgica, coordenada pelo psicólogo Filip de Fruyt.
O eduLab21 também conta com um conselho consultivo
composto por seis secretários estaduais de educação: Antonio Neto (RJ), Eduardo
Deschamps (SC), Fred Amancio (PE), Marco Brandão (AC), Maurício Holanda (CE) e
Raquel Teixeira (GO).
A importância das socioemocionais
Ricardo Paes de Barros ressaltou a importância das
competências para o século 21 permearem o currículo escolar para aproximar a
escola da realidade de seus estudantes e, assim, se tornar mais interessante e
atrativa para eles, o que inclusive, poderia diminuir os índices de evasão
escolar. “Na medida que tivermos uma base nacional comum, é fundamental que as
habilidades socioemocionais estejam explicitamente colocadas e por isso o
laboratório trata de coisas extremamente aplicáveis”.
Um exemplo dado por Filgueiras está relacionado aos
últimos dados do PISA. “Alunos que mais aprendem matemática são os que têm mais
persistência”, disse. Segundo ela, é sabido que para ir bem na escola não é
requerido apenas inteligência, mas também essas competências chamadas de
socioemocionais. “Um pai que estimula o filho a seguir em frente, a estudar,
consegue que ele tenha um maior foco e isso é mais poderoso para fazer a nota
dele melhorar do que a inteligência”.
“Se a ciência nos mostra que atitudes dos pais
interferem nas competências socioemocionais do aluno, assim como a ajuda dos
professores também interfere, essa é uma ferramenta poderosa para afirmar que
todo mundo tem um papel a desempenhar para melhorar a educação”, continuou a
diretora, que conclui: “Essa informação faz com que todos se responsabilizem”.
Fonte: Porvir
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