terça-feira, 19 de maio de 2015

Projeto sobre o tatu-canastra ganha “Oscar Verde”.
Tatu-canastra é considerado um “fóssil vivo”. Foto: Divulgação
Por Luciene de Assis, do MMA – 

O projeto para proteção e conservação do gigante tatu-canastra (Priodontes maximus), desenvolvido no Pantanal do Mato Grosso e conduzido pelo pesquisador francês Arnaud Desbiez, conquistou no dia 29 de abril o Prêmio Whitley de Conservação Ambiental, concedido pela Fundação Whitley.

A cerimônia foi realizada na sede da Royal Geographical Society, em Londres, e o prêmio foi entregue a Desbiez pela patrona da Fundação Whitley, a princesa Anne, da Inglaterra, filha da rainha Elizabeth II.

Conhecido como o “Oscar Verde” da conservação do meio ambiente, o prêmio é considerado uma das maiores honrarias da área ambiental de todo o mundo. Além do troféu e da homenagem que receberam da princesa, os vencedores ganharam, também, 35 mil libras esterlinas (cerca de R$ 160 mil) para dar continuidade ao trabalho de conservação e estender a pesquisa com o tatu-canastra para o bioma Cerrado.

Gigante

O mamífero é considerado um fóssil vivo, por ser o mais antigo da Terra, raramente visto em liberdade no meio ambiente. O animal pode medir até 1,5 metro e pesar 50 quilos. Pode ser encontrado desde o Leste dos Andes, passando pela Colômbia e Venezuela, indo até o Sul do Paraguai e Norte da Argentina, além do Brasil.

Por causa do projeto de conservação do tatu-canastra, o governo de Mato Grosso selecionou os hábitos de vida deste mamífero gigante como um indicador para a criação de áreas protegidas.

Os pesquisadores constataram que as tocas feitas pelo canastra ajudam a proteger mais de 24 espécies de vertebrados da região, servindo de abrigo, refúgio térmico, área de alimentação ou de descanso para bichos como jaguatiricas e pequenos roedores.

Subterrâneos

Especialistas do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) e da Sociedade Zoológica Real da Escócia investigaram, por três anos, a rotina do tatu-canastra, espécie encontrada nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Informações foram coletadas com a ajuda de armadilhas fotográficas, instaladas pelos pesquisadores Arnaud Desbiez e Danilo Kluyber, e divulgadas na revista científica de biologia tropical e conservação chamada “Biotropica”.

Segundo Desbiez, o tatu-canastra é uma espécie que passa a maior parte do tempo sob a terra, em tocas que ele próprio constrói. Os buracos podem ter até cinco metros de profundidade e 35 centímetros de largura. Outros seis ambientalistas, que tocam projetos de conservação na Índia, Nigéria, Colômbia, Indonésia e Filipinas, também receberam o Prêmio Whitley de Conservação Ambiental. 

* Edição: Marco Moreira.


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