Projeto
sobre o tatu-canastra ganha “Oscar Verde”.
Tatu-canastra é considerado um “fóssil vivo”. Foto:
Divulgação
Por Luciene de Assis, do MMA –
O projeto para proteção e conservação do gigante
tatu-canastra (Priodontes maximus), desenvolvido no Pantanal do Mato Grosso e
conduzido pelo pesquisador francês Arnaud Desbiez, conquistou no dia 29 de
abril o Prêmio Whitley de Conservação Ambiental, concedido pela Fundação
Whitley.
A cerimônia foi realizada na sede da Royal
Geographical Society, em Londres, e o prêmio foi entregue a Desbiez pela patrona
da Fundação Whitley, a princesa Anne, da Inglaterra, filha da rainha Elizabeth
II.
Conhecido como o “Oscar Verde” da conservação do
meio ambiente, o prêmio é considerado uma das maiores honrarias da área
ambiental de todo o mundo. Além do troféu e da homenagem que receberam da
princesa, os vencedores ganharam, também, 35 mil libras esterlinas (cerca de R$
160 mil) para dar continuidade ao trabalho de conservação e estender a pesquisa
com o tatu-canastra para o bioma Cerrado.
Gigante
O mamífero é considerado um fóssil vivo, por ser o
mais antigo da Terra, raramente visto em liberdade no meio ambiente. O animal
pode medir até 1,5 metro e pesar 50 quilos. Pode ser encontrado desde o Leste
dos Andes, passando pela Colômbia e Venezuela, indo até o Sul do Paraguai e
Norte da Argentina, além do Brasil.
Por causa do projeto de conservação do
tatu-canastra, o governo de Mato Grosso selecionou os hábitos de vida deste
mamífero gigante como um indicador para a criação de áreas protegidas.
Os pesquisadores constataram que as tocas feitas
pelo canastra ajudam a proteger mais de 24 espécies de vertebrados da região,
servindo de abrigo, refúgio térmico, área de alimentação ou de descanso para
bichos como jaguatiricas e pequenos roedores.
Subterrâneos
Especialistas do Instituto de Pesquisas Ecológicas
(Ipê) e da Sociedade Zoológica Real da Escócia investigaram, por três anos, a
rotina do tatu-canastra, espécie encontrada nos biomas Amazônia, Cerrado e
Pantanal. Informações foram coletadas com a ajuda de armadilhas fotográficas,
instaladas pelos pesquisadores Arnaud Desbiez e Danilo Kluyber, e divulgadas na
revista científica de biologia tropical e conservação chamada “Biotropica”.
Segundo Desbiez, o tatu-canastra é uma espécie que
passa a maior parte do tempo sob a terra, em tocas que ele próprio constrói. Os
buracos podem ter até cinco metros de profundidade e 35 centímetros de largura.
Outros seis ambientalistas, que tocam projetos de conservação na Índia,
Nigéria, Colômbia, Indonésia e Filipinas, também receberam o Prêmio Whitley de
Conservação Ambiental.
* Edição: Marco Moreira.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
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