Para 42% dos paulistanos, crise
hídrica ocorreu por falta de planejamento do governo estadual.
por Rede
Nossa São Paulo
Sistema Cantareira. Foto: Vagner Campos/A2 FOTOGRAFIA
A 6ª edição da pesquisa IRBEM (Indicadores de
Referência de Bem-Estar no Município) questiona os paulistanos sobre a falta de
água em São Paulo. Para 61% dos entrevistados, Sabesp é culpada por crise
hídrica.
A Rede Nossa São Paulo e a Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentam,
nesta quinta-feira (22/1), a 6ª edição da pesquisa IRBEM (Indicadores de
Referência de Bem-Estar no Município).
O IRBEM revela o nível de satisfação dos
paulistanos em relação à qualidade de vida e ao bem-estar em São Paulo. A
pesquisa aborda 25 temas, tanto os relacionados às condições objetivas de vida
na cidade – nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação e trabalho –
quanto os ligados a questões subjetivas, como sexualidade, espiritualidade,
consumo e lazer.
O levantamento traz ainda o nível de confiança da
população nas instituições (Prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar,
Tribunal de Contas, Poder Judiciário etc.) e a avaliação dos serviços públicos.
Tempo de espera por consultas médicas (nos sistemas público e privado) e tempo
de espera nos pontos de ônibus são algumas das perguntas que compõem a
pesquisa.
A pesquisa foi realizada entre os dias 24 de
novembro e 8 de dezembro de 2014 com 1.512 pessoas que moram em São Paulo com
16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais para
mais ou para menos.
Algumas das conclusões do estudo são:
– Crise da água: 61% avaliam que a Sabesp é a
principal responsável pelo abastecimento de água , mas 42% creditam a crise à
falta de planejamento do governo estadual, 29% à falta de chuvas e somente 3%
ao desmatamento da Amazônia. 66% se dizem bem informados quanto à crise
hídrica.
82% acreditam que o risco da água acabar é grande. E 68% afirmaram que
tiveram (ou alguém da sua família teve) problemas no abastecimento de água nos
últimos 30 dias.
– Voltou ao mesmo patamar de 2012 (50%) os que
afirmaram utilizar algum tipo de serviço de educação pública;
– Em 2013, 66% dos entrevistados afirmaram ter
transporte escolar público perto de casa. Em 2014, o número passou para 76%. Na
área da segurança, 67% disseram ter ronda policial e 70% têm delegacia ou posto
policial próximo à residência. Em Meio Ambiente, caiu de 78% para 63% os que
afirmam ter serviço de coleta seletiva;
– 68% dos entrevistados afirmaram utilizar ônibus
como meio de transporte diário na cidade. E o tempo de espera nos pontos caiu
de 25 para 20 minutos na comparação com a pesquisa anterior;
– A qualidade de vida em São Paulo ficou estável
para 50% dos entrevistados. E melhorou (“um pouco” ou “muito”) para 37%;
– 57% dos entrevistados disseram que mudariam de
cidade se pudessem. 40% não sairiam;
– Passou de 6% para 10% os que consideram São Paulo
um lugar “muito seguro” ou “seguro” para morar. E caiu de 93% para 89% os que o
avaliam como “pouco” ou “nada seguro”;
– O tempo de espera para consultas no sistema
público de saúde passou de 60 dias, em 2013, para 56 em 2014. Para exames, de
79 para 78. E para procedimentos mais complexos, de 170 para 169.
Já no sistema
privado houve um aumento no tempo de espera: de 7 para 13 dias no caso de
consultas; de 7 para 19 dias para realização de exames e de 19 para 42 dias
para realização de procedimentos mais complexos;
– Passou de 11% para 15% os que consideram “ótima”
e “boa” a gestão municipal atual. Diminuiu de 49% para 45% os que avaliam como
“regular” e aumentou de 39% para 40% os que consideram “ruim” e “péssima”;
– A Câmara Municipal foi avaliada como “ótima” e
“boa” por 10% dos entrevistados, ante 6% na pesquisa anterior. E 55% deles
avaliaram como “ruim/péssima”;
– Bombeiros, Correios e Metrô, nessa ordem, lideram
o ranking das instituições com maior confiança da população. Mas houve uma
queda geral na confiança nas instituições. 62% dos entrevistados, por exemplo,
afirmaram confiar na Sabesp. Na edição anterior da pesquisa esse número era
82%;
Movimento na região da rua 25 de março, em São
Paulo. Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas.
Indicadores de Referência de Bem-Estar no
Município:
– Dos 169 itens avaliados (com notas que poderiam
variar de 1 a 10), 139 (82%) ficaram abaixo da média (que é de 5,5), 28 (17%)
ficaram acima e 2 (1%) estão na média;
– A rodada de 2014 da pesquisa é a segunda a
considerar a mudança do critério do principal indicador do estudo, o Índice de
Bem Estar da Cidade de São Paulo. Esse índice é calculado a partir da
importância e da satisfação das 25 áreas de avaliação, e teve como resultado
5,1, ante aos 4,8 de 2013. Na distribuição por subprefeituras, as melhores
médias ficaram em Pinheiros (6,1), Penha (6,1), Itaim Paulista + Cidade
Tiradentes + Guaianazes (6,1) e Vila Prudente (5,6). Já as piores notas foram
dadas em Freguesia do Ó + Brasilândia (4,1) e Perus (4,3);
– O trabalho, apesar de ser uma fortaleza e estar
entre os aspectos com melhor avaliação, apresenta oscilação negativa em todos
os seus atributos específicos;
– O respeito aos direitos humanos foi o atributo
que apresentou maior crescimento no último ano. Também houve alta satisfação
com a cultura da paz e recusa à violência entre as pessoas na cidade;
– As áreas de maior insatisfação estão diretamente
relacionadas com as instituições governamentais, tais como infância e
adolescência, transporte e trânsito, acessibilidade para pessoas com
deficiência, segurança, desigualdade social e transparência e participação
política. Alguns destes aspectos de maior insatisfação, porém, apresentaram
melhora na satisfação no último ano, principalmente no que tange ao transporte/
trânsito e desigualdade social. No caso do transporte/ trânsito, foram
percebidas melhoras no tempo de espera pelo ônibus nos pontos e também na
redução do tempo de deslocamento, além da quantidade de ciclovias.
– As áreas da Saúde e da Educação mantêm um grau de
satisfação que não corresponde à importância atribuída a elas para a qualidade
de vida do cidadão paulistano. A Saúde permanece em patamar baixo e em queda
(4,7), enquanto a Educação permanece estável (4,5). Nesse último ano caiu a
satisfação das pessoas com a forma com que cuidaram de sua própria saúde e
alimentação.
Clique aqui e confira a pesquisa.
Confira também as tabelas do levantamento.
Fonte: Rede Nossa São Paulo
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