Sai o primeiro relatório do
Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.
por Tasso
Azevedo*
Lançado em três volumes, relatório se parece muito,
em formato, conteúdo e método, com o do Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC).
Um esforço de quatro anos envolvendo 360
pesquisadores das universidades e centros de pesquisa brasileiros produziu o
Primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de
Mudanças Climáticas (PBMC).
O relatório, cuja versão completa foi lançada em
três volumes na semana passada, se parece muito, em formato, conteúdo e método,
com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e
traça um quadro das mudanças climáticas em curso no Brasil e seus impactos,
indica nossas vulnerabilidades e as necessidades de adaptação e aponta caminhos
para o Brasil contribuir para a mitigação por meio do crescimento de baixo
carbono.
O RAN – ou pelo menos o seu sumário executivo –
deveria ser leitura obrigatória nas faculdades e universidades, nos escritórios
de engenharia, arquitetura, construção e agronomia, nos hospitais e
consultórios médicos, nos ministérios e secretarias de energia, planejamento,
economia, agricultura e meio ambiente e por todo interessado em políticas
públicas de longo prazo para o bem-estar e a sustentabilidade do país.
As mudanças climáticas atingem todas as regiões do
Brasil, com implicações econômicas, sociais, ambientais, políticas e culturais
marcantes e com consequências para a evolução de praticamente todas as
profissões.
Os extremos climáticos estão desafiando séries
históricas de várias décadas, tanto em temperatura do ar como em precipitação,
ventos, períodos de seca, umidade do ar e outras dezenas de aspectos. Perguntas
como onde, quando e que variedade plantar de café ou milho ou qual o nível
sustentável de captação de água de um reservatório estão cada vez mais difíceis
de responder com base nessas séries históricas estacionárias. Os cenários
apresentados pelo RAN 1 e pelo IPCC mostram que precisamos considerar séries
não estacionárias, mesmo levando em conta todas as suas incertezas.
Os engenheiros, economistas, biólogos e toda sorte
de profissionais têm de passar a considerar – de forma sistemática – os
cenários de mudanças climáticas no processo de planejamento, implementação, manutenção
e restauro de infraestrutura, serviços e sistemas produtivos no Brasil.
A leitura atenta destes relatórios e o
aprofundamento do conhecimento das várias áreas apontadas pelos pesquisadores
como impacto das mudanças do regime de chuvas sobre a produção de energia e a
oferta de água para agricultura e para o consumo humano são condição
fundamental para reduzir a vulnerabilidade e ampliar a resiliência do Brasil
diante das mudanças do clima.
Para acessar cada um dos três volumes do Primeiro
Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do PBMC, clique nos links abaixo:
Fonte: ENVOLVERDE
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