São José se mobiliza para
proteger suas árvores.
por Júlio
Ottoboni*
Um grande movimento por parte da sociedade está se
organizando pelas redes sociais e entidades ambientais em defesa das árvores e
das águas em São José dos Campos. A ONG Corredor Ecológico Vale do Paraíba e a
página Arborização, no Facebook, estão mobilizando milhares de pessoas para a
importância em preservar e plantar espécies originárias da flora local, um
misto de Mata Atlântica e cerrado paulista.
A ONG Corredor Ecológico, que tem como uma de suas
mantenedoras a empresa Fibria, plantará nos próximos meses 42 espécies, sendo
20 delas frutíferas da região. Isso ocorrerá em antigas cavas de areia
abandonadas, dentro da área da Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Serão
700 mudas por hectare, numa total de 11 mil novas árvores em 161 mil metros
quadrados.
Com o retorno das chuvas, o plantio deverá ser
iniciado e a intenção é aumentar também a fauna original, que sobrevive em
pequenas concentrações residuais da Mata Atlântica, como explica a engenheira
ambiental da entidade, Carolina Ferreira.
“Estamos nos estruturando para pesquisa e
desenvolvimento em políticas públicas e serviços na área ambiental, a
viabilidade deste processo será com a mobilização e envolvimento das pessoas do
local em que acontecem os projetos”, explicou a diretora de articulação e
mobilização do Corredor Ecológico, Tatiana Motta.
Para o artista plástico Wagner Moloch a internet se
tornou uma ferramenta tanto de conscientização como de ações concretas para
reverter o quadro de perda do conjunto arbóreo dentro da malha urbana. Criador
do grupo Arborização- São José dos Campos, que já conta com 1,5 mil com menos
de um ano no Facebook, ele já coleciona um número imenso de denúncias de abusos
e violências contra árvores. Além de ações já encaminhadas para restaurar a
paisagem natural.
“Há anos venho me manifestando na cidade em defesa
do patrimônio arbóreo, mas nunca fui associado a nenhuma ONG, foi uma
iniciativa solitária, como cidadão, preocupado com as árvores do meio urbano.
Com o grupo, procuro ensinar ao público o pouco do conhecimento acumulado. A
rede social tem sido fundamental para promover o debate entre os munícipes,
gerando um certo desconforto na administração municipal, apesar de não termos
ataques políticos”, observou Moloch.
O prefeito Carlinhos Almeida (PT) sancionou em
janeiro a alteração na lei 5097/97. Ela autoriza a poda e supressão de árvores
por questões de segurança na cidade, o que coloca sob risco cerca de 35 mil
árvores.
A medida gerou polêmica com Conselho de Meio Ambiente e ambientalista
da cidade. A lei foi um pedido da Secretaria de Defesa do Cidadão que
quer a retirada e a poda diversas árvores no centro da cidade e com isso
melhorar a visibilidade de 52 câmeras de vigilância.
“Temos um longo caminho pela frente, precisamos de
mais força agregada ao grupo Arborização- São José dos Campos. Neste ano
teremos a mudança na lei de zoneamento, que não contempla o verde, tivemos a
alteração na lei sobre supressão e poda, que deixa uma brecha enorme para o
corte livre. Precisamos pressionar para que os vereadores coloquem
frequentemente em pauta o assunto arborização, com mecanismos preservacionistas
do patrimônio existente e o plantio de muito mais mudas no perímetro urbano”,
explicou Moloch.
Fonte: ENVOLVERDE
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