Só faz mal quando respira.
por Redação do Greenpeace
Brasil
Mais de 250 mil pessoas que habitam nas
maiores cidades da China podem ter suas vidas encurtadas graças aos altos
níveis de poluição do ar
Pesquisa realizada por uma das mais importantes
universidades da China revela que em uma média de 90 entre 100 mil pessoas
vivendo numa das 31 capitais provincianas do país podem morrer prematuramente
devido à longa exposição aos níveis recordes de poluição.
Esse é o primeiro grande estudo a usar o
histórico de concentração PM – ou material particulado, o conjunto de poluentes
constituído de fumaça, poeira e material sólido e líquido suspenso no ar – de
cada capital provinciana para mapear os impactos da poluição urbana em mortes
prematuras a longo prazo.
A análise, feita em parceria com a Universidade
de Peking (Beijing) e o Greenpeace, também mostra que se as cidades afetadas
tivessem mantido o nível de poluição do ar dentro do estipulado, 41 mortes
prematuras a cada 100 mil pessoas poderiam ser evitadas.
A publicação vem num momento crítico para a
China: é nesse período do ano que os piores níveis de poluição do ar são
atingidos em Beijing, Tianjin e outras cidades vizinhas a Província de Hebei.
A cidade de Shijiazhuang, em Hebei, tem a taxa
anual mais alta de poluição da China e consequentemente, tem o maior número de
mortes prematuras de todas as 31 capitais chinesas: 137 falecimentos a cada 100
mil pessoas.
Já a cidade de Beijing exeperienciou 2,5 mil
mortes e a perda de US$328 milhões em 2012 por causa do alto nível de poluição
PM 2.5.
“Essas descobertas questionam mais uma vez o
coração desenvolvimentista da China, baseado em indústrias sujas”, comenta Fang
Yuan, coordenador de campanha do Greenpeace China. Segundo ele, a prosperidade
e os níveis de vida continuam subindo, mas milhões de pessoas ainda têm suas
vidas encurtadas por causa da poluição, o que não precisa ser assim: “O fato do
consumo de carvão da China cair enquanto a economia continua em expansão mostra
que as cidades engasgadas pela fumaça não são um subproduto inevitável do
modelo de crescimento”.
Pesquisadores usaram o dado PM 2.5 de 2013 e a
metodologia da Organização Mundial de Saúde. As mortes prematuras relacionadas
com o nível de poluição do ar em 2013 podem ocorrer em vários momentos no
período entre um e dez anos.
“Com dezenas de milhares de vidas na balança, é
crucial que as autoridades chinesas corram para implementar planos para frear a
queima de carvão e limpar a poluição do ar”, completa Yuan.
Leia um resumo em inglês do estudo no site do
Greenpeace.
Fonte: Greenpeace
Brasil
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