Armazenar água: você está fazendo
isso errado.
por
Roberta Romão, do Consumidor Consciente
Com a
crise hídrica que atormenta algumas cidades do país, muitas pessoas passaram a
armazenar água em casa, com medo da falta do recurso. O problema é que parte da
população que está armazenando a água não sabe como fazê-lo da maneira correta,
o que pode acarretar na proliferação e ressurgimento de doenças.
“Quando fica parada por muito tempo ou exposta ao
calor, a água pode perder o cloro, que tem propriedades esterilizadoras. Isso
facilita a proliferação de bactérias, oriundas até mesmo da manipulação da água
por mãos sujas, que pode causar gastroenterite”, explica a pesquisadora do
Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz, Adriana
Sotero-Martins, ao jornal O Globo.
Ao sol, o cloro da água potável evapora mais
rapidamente; mesmo se o recipiente estiver vedado, ele perde suas propriedades.
Além disso, o calor também favorece a proliferação de micro-organismos. O ideal
é que os vasilhames onde a água será conservada sejam novos, só tenham sido
utilizados para o armazenamento do recurso e não tenham sido higienizados com
produtos de limpeza.
Por isso, atenção: não vale pegar a água guardada
na piscina ou nos baldes direto para cozinhar ou lavar alimentos. É preciso
fervê-la ou adicionar a quantidade de cloro adequada antes. O armazenamento
incorreto pode causar a proliferação ou até o ressurgimento de algumas
patologias, como dengue, amebíase, giardíase, gastroenterite, febres tifoide e
paratifoide, hepatite infecciosa e cólera.
Temendo a incidência do mosquito transmissor da
dengue, o Aedes aegypti, a prefeitura de São Paulo reforçou o trabalho dos
2.500 agentes de zoonoses em toda cidade, com ações de visitas porta a porta,
grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de
pessoas. As subprefeituras também estão envolvidas neste trabalho preventivo.
A secretaria também informou nesta quarta o
registro de três casos de febre chikungunya, conhecida como “prima da dengue”
este ano.
Dicas
Para consumo humano, cozimento de alimentos, banhos
e lavagem de louças, a água estocada – com exceção da mineral, envasada de
fábrica – deve receber adição de hipoclorito de sódio. A regra vale, inclusive,
para as aquisições feitas de caminhões-pipa particulares ou mesmo das
Prefeituras. Para higienizar alimentos crus, como frutas, folhas, verduras e
legumes, a dica é deixá-los de molhos por 30 minutos em 1 litro de água com 2
gotas do hipoclorito de sódio.
A substância, conhecida popularmente como água
sanitária, é um potente desinfetante para higienizar alimentos e deixar a água
potável e livre de vírus e bactérias, que podem causar doenças como
leptospirose e hepatite A. O produto custa em torno de R$ 10, mas em alguns
lugares é vendido com o lacre rompido ou de marcas desconhecidas, o que pode
oferecer riscos à saúde.
Existe no mercado pastilhas de uso doméstico e,
geralmente, uma pastilha é utilizada para purificar um litro de água.
Confira no vídeo abaixo como limpar a caixa d’água.
O correto, portanto, é que a água seja armazenada em um recipiente fechado, limpo e sem luz. Só assim será possível manter as características iniciais do recurso por mais tempo.
* Com informações dos portais O Globo, G1 e folha de S.Paulo.
Fonte: Mercado Ético
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