Brasil avançou pouco em
eficiência energética na “década do crescimento”.
por
Redação do Observatório do Clima
Foto: Shutterstock
No período em que se reencontrou com o crescimento
econômico, país ficou na lanterna global do aumento da eficiência.
Os dados são de um relatório global divulgado nesta
semana pela organização The Climate Group. Segundo um ranking elaborado pelo
documento com 130 países, o Brasil ficou em 43o lugar no mundo na chamada
“produtividade energética”, ou no quanto se gera no PIB por exajoule de energia
consumido.
O Brasil ficou acima da média mundial (que seria o
87o colocado se o mundo fosse um país), acima da média do mundo industrializado
e também acima da média da união europeia, o que reflete o peso baixo das
manufaturas na economia nacional em relação a outros países. O país mais
produtivo em energia é Hong Kong, seguido pela paupérrima Cuba – que os
próprios autores do relatório reconhecem que não é exemplo para ninguém, já que
está bem no índice pelo motivo errado.
Quando se considera quanto melhorou a eficiência
energética entre 2001 e 2011, porém, o Brasil despenca para a 103a posição. Com
uma melhora de acanhado 0,14% ao ano no período, fica atrás de vizinhos como
Peru, Chile e Venezuela, abaixo da média mundial (1,32%) e a dos países
industrializados (1,66%). O país fica abaixo de nações como a ex-república
soviética do Azerbaijão (12,8%) e até de países desenvolvidos já muito
eficientes, como o Japão (1,76%).
A boa notícia do relatório, para o Brasil e outros
países, é que há um bom motivo para subir na lista: dinheiro. Dobrar a
produtividade energética global calculam os autores, traria ganhos de 2
trilhões de euros (cerca de R$ 5,9 trilhões) até 2030 e criaria 6 milhões de
empregos. “Melhoras nesse tamanho e escala estão dentro do reino das
possibilidades, com base no desenvolvimento mais amplo de tecnologias que
existem hoje”, afirma o documento. O maior potencial está na construção civil e
na readequação de prédios – que inclui medidas simples como trocar lâmpadas.
“Para o mundo em desenvolvimento, há uma chance de queimar uma etapa e
ultrapassar o mundo desenvolvido, e passar mais rapidamente a níveis de
produção que poupam mais energia”, afirma o relatório.
Fonte: Observatório do Clima
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