sábado, 28 de fevereiro de 2015

Brasil avançou pouco em eficiência energética na “década do crescimento”.
por Redação do Observatório do Clima
Foto: Shutterstock

No período em que se reencontrou com o crescimento econômico, país ficou na lanterna global do aumento da eficiência.

Os dados são de um relatório global divulgado nesta semana pela organização The Climate Group. Segundo um ranking elaborado pelo documento com 130 países, o Brasil ficou em 43o lugar no mundo na chamada “produtividade energética”, ou no quanto se gera no PIB por exajoule de energia consumido.

O Brasil ficou acima da média mundial (que seria o 87o colocado se o mundo fosse um país), acima da média do mundo industrializado e também acima da média da união europeia, o que reflete o peso baixo das manufaturas na economia nacional em relação a outros países. O país mais produtivo em energia é Hong Kong, seguido pela paupérrima Cuba – que os próprios autores do relatório reconhecem que não é exemplo para ninguém, já que está bem no índice pelo motivo errado.

Quando se considera quanto melhorou a eficiência energética entre 2001 e 2011, porém, o Brasil despenca para a 103a posição. Com uma melhora de acanhado 0,14% ao ano no período, fica atrás de vizinhos como Peru, Chile e Venezuela, abaixo da média mundial (1,32%) e a dos países industrializados (1,66%). O país fica abaixo de nações como a ex-república soviética do Azerbaijão (12,8%) e até de países desenvolvidos já muito eficientes, como o Japão (1,76%).

A boa notícia do relatório, para o Brasil e outros países, é que há um bom motivo para subir na lista: dinheiro. Dobrar a produtividade energética global calculam os autores, traria ganhos de 2 trilhões de euros (cerca de R$ 5,9 trilhões) até 2030 e criaria 6 milhões de empregos. “Melhoras nesse tamanho e escala estão dentro do reino das possibilidades, com base no desenvolvimento mais amplo de tecnologias que existem hoje”, afirma o documento. O maior potencial está na construção civil e na readequação de prédios – que inclui medidas simples como trocar lâmpadas. “Para o mundo em desenvolvimento, há uma chance de queimar uma etapa e ultrapassar o mundo desenvolvido, e passar mais rapidamente a níveis de produção que poupam mais energia”, afirma o relatório.


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