O que esperar da COP-20?
por
Redação do EcoD
Sem um texto de negociação sobre a mesa, a 20ª
Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-20) começará na
segunda-feira, 1º de dezembro, em Lima, capital do Peru. A grande expectativa
para a cúpula é a de que os negociadores dos 190 países consigam estabelecer as
bases para um acordo global de redução das emissões dos gases de efeito estufa,
que seria assinado no final de 2015, em Paris, quando será realizada a COP-21.
A COP-20 é tida pelo governo brasileiro como uma
reunião fundamental: tem que preparar o caminho para o acordo que irá vigorar a
partir de 2020.
“O relógio está correndo. Temos pouco tempo,
praticamente só o ano que vem para trabalhar”, destacou ao jornal Valor
Econômico o embaixador José Marcondes de Carvalho, negociador-chefe do Brasil
nos processos de mudança do clima. O governo brasileiro espera três resultados
da COP-20.
O primeiro é a definição dos elementos do acordo de
2015, que abordem os cinco tópicos acordados em reuniões anteriores —
mitigação, adaptação, meios de implementação (recursos, transferência de
tecnologia e capacitação), transparência de ações e transparência de apoio —
sob a convenção do Clima. “Elementos podem ser apenas os títulos de partes do
acordo, como se fossem capítulos, ou podem detalhar mais como tratar a
mitigação, a adaptação e os meios de implementação, por exemplo”, explica o
embaixador.
O Brasil prefere a versão mais detalhada. Outro
ponto que espera-se saia da reunião é a definição sobre como cada país
apresentará as “contribuições nacionalmente determinadas” (NDC, na sigla em
inglês). São os compromissos de cada nação no acordo.
Financiamento
Na quinta-feira, 20 de novembro, 32 países reunidos
em Berlim se comprometeram a repassar US$ 9,3 bilhões para o Fundo Verde para o
Clima (FVC) das Nações Unidas, criado para ajudar as nações em desenvolvimento
a lutar contras as mudanças climáticas.
A maioria dos contribuintes é de países ricos como
Estados Unidos, Grã Bretanha, França e Japão. O Fundo Verde, com sede na Coreia
do Sul, foi criado oficialmente em 2010 pelos acordos de Cancún para ajudar os
países em desenvolvimento a lutar contra o aquecimento global.
A COP-20 deve definir um padrão para que as
iniciativas sejam comparáveis. Lima também tem que encontrar meios para
aumentar a ambição dos compromissos no período pré-2020.
“Esperamos sair de
Lima com esse conjunto de decisões debaixo do braço”, diz o embaixador. Pela
regra das Nações Unidas, o rascunho do acordo climático de Paris tem que estar
pronto até 31 de maio, seis meses antes da reunião — o tempo para que o texto
seja traduzido e distribuído nas seis línguas oficiais da ONU.
Fonte: EcoD
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