Banco Mundial diz que seca no
nordeste brasileiro pode piorar.
por
Edgard Júnior, da Rádio ONU
Foto: Banco Mundial
Afirmação foi feita pela assessora sênior para a
América Latina e o Caribe da instituição financeira; Karin Kemper afirmou
também que aumento do nível dos mares pode ter impacto no Rio de Janeiro.
A assessora regional sênior do Banco Mundial para a
América Latina e o Caribe, Karin Kemper, disse, em entrevista à Rádio ONU, que
se a temperatura global continuar aumentando, a seca no nordeste do Brasil pode
piorar.
“Sabemos que o nordeste sempre sofreu com as secas,
mas poderia ter uma frequência mais intensa ou poderia ter secas mais
prolongadas. Sabemos que isso tem efeitos econômicos tanto para a população do
interior, mas também podemos imaginar que, por exemplo, as cidades grandes do
nordeste podem sofrer mais impactos por insegurança hídrica.”
Investimentos
Citando o relatório lançado pelo Banco Mundial na
semana passada, Kemper disse ainda que os impactos do aumento da temperatura
serão maiores sobre as populações mais pobres, mais vulneráveis, mulheres,
crianças, como também grupos indígenas.
A assessora para a América Latina e o Caribe
alertou que investimentos que poderiam ser feitos em outros setores vão acabar
sendo destinados para combater os efeitos climáticos.
“Se houver um aumento do nível dos mares, por
exemplo, o cálculo que temos no relatório para o Rio de Janeiro varia de uma
alta de, no mínimo, 62 cm até 1 metro, no máximo. Isso significa que se precisa
fazer investimentos nas cidades costeiras. Esse dinheiro poderia ser utilizado
em outras coisas como em hospitais, escolas e outros setores de
desenvolvimento.”
O relatório do Banco Mundial disse que um novo
padrão climático global pode reduzir em 70% a produção de soja no Brasil e a de
trigo em 60%.
O documento mostra dois cenários futuros prevendo
as consequências de aumentos médios da temperatura global de 2 e 4 graus
centígrados, até 2050. Os especialistas calculam que os danos causados por
enchentes costeiras devem chegar a US$ 22 bilhões, o equivalente a mais de R$
56 bilhões.
Fonte: Rádio ONU
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