PNAD 2013: 52 milhões de
brasileiros estão em situação de insegurança alimentar.
O número de domicílios em situação de insegurança
alimentar no Brasil continua caindo, mas ainda existem cerca de 52 milhões de
brasileiros sem acesso diário à comida de qualidade e na quantidade
satisfatória. Segundo o suplemento de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, divulgado ontem (18) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 65,3 milhões de domicílios
registrados, 22,6% estavam em situação de insegurança alimentar. Esse
percentual era 29,5% em 2009 e 34,8% em 2004, anos anteriores da pesquisa.
Dos 14,7 milhões de domicílios com algum tipo de
insegurança (22,6%), em 9,6 milhões (14,8%) moravam 34,5 milhões de pessoas
(17,1%) da população residente em domicílios particulares em situação de
segurança alimentar leve. Nesses lares havia a preocupação quanto ao acesso aos
alimentos no futuro. Os domicílios com moradores vivendo em situação de
insegurança alimentar moderada representavam 4,6% do total. Ao todo 10,3
milhões de pessoas nessa situação ou 5,1% conviviam com limitação de acesso quantitativo
aos alimentos. A prevalência de domicílios com pessoas em situação de
insegurança alimentar grave era 3,2%. Em números absolutos, 7,2 milhões de
pessoas ou 3,6% dos moradores de domicílios particulares reportaram alguma
experiência de fome no período investigado. Em 2009, esse percentual era 5% e
em 2004, 6,9%.
Saiba Mais
Para o IBGE, os domicílios com insegurança
alimentar leve são aqueles em que foi detectada alguma preocupação com a
quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis. Naqueles com insegurança
alimentar moderada, os moradores conviveram com a restrição de alimento em
termos quantitativos. Já nos domicílios com insegurança alimentar grave, os
membros da família passaram por privação de alimentos, cujo grau mais extremo é
a fome.
O estudo mostra também que a prevalência dos três
níveis de insegurança alimentar caíram entre 2009 e 2013. O número de famílias
em situação de segurança alimentar aumentou cerca de oito pontos percentuais em
quatro anos ao alcançar 77,4% dos domicílios em 2013. Aproximadamente 150
milhões de pessoas tinham acesso regular e permanente a alimentos de qualidade
em quantidade suficiente, segundo o estudo.
De acordo com a pesquisa, a área rural
concentrava o maior número de domicílios com indivíduos em situação de
insegurança alimentar: 35,3% (13,9% moderada ou grave). Na área urbana, esse
percentual era 20,5% (6,8% moderada ou grave). Em 2009, o índice foi 43,7% e
29,3%, respectivamente. Nos domicílios particulares urbanos em situação de
insegurança alimentar moderada ou grave viviam 7,4% da população urbana,
enquanto nos domicílios rurais moravam 15,8% da população.
Em relação às regiões do território nacional, o
Norte e o Nordeste tinham o maior número de domicílios com pessoas em situação
de insegurança alimentar (36,1% e 38,1%, respectivamente) no ano passado. Nas demais
regiões esse percentual não chegou a 20%. O Sudeste apresentou o menor índice,
14,5%. Norte e Nordeste também concentravam os maiores percentuais de
domicílios com pessoas em situação de insegurança alimentar grave (6,7% e
5,6%). No Sul e Sudeste, a prevalência ficou em 1,9% e 2,3%. Por outro lado,
entre 2004 e 2013, o incremento mais expressivo do percentual de domicílios com
pessoas comendo bem foi identificado no Nordeste (15,5 pontos percentual), com
aumento de 46,4% para 61,9%.
O Espírito Santo foi o estado com o maior índice
de segurança alimentar (89,65%), seguido de Santa Catarina (88,9%) e São Paulo
(88,4%). As unidades da Federação com as menores prevalências foram: Maranhão
(39,1%) e Piauí (39,1%), onde menos da metade dos domicílios particulares tinha
alimentação assegurada, apesar do aumento de 3,6 e 3,3 pontos percentuais. No
Nordeste, todos os estados apresentaram taxas inferiores à média nacional
(77,4%). Na Região Norte, apenas Rondônia registrou prevalência de segurança
alimentar acima da média nacional, 78,4%.
Fonte: Agência Brasil
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