Exposição pré-natal aos ftalatos,
presentes em produtos químicos domésticos, pode reduzir QI.
Os ftalatos são um grupo de compostos químicos
derivados do ácido ftálico, tal como o cloro ftalato, utilizado como aditivo
para deixar o plástico mais maleável. Tal grupo de compostos é tido como
cancerígeno, podendo causar danos ao fígado, rins e pulmão, além de
anormalidade no sistema reprodutivo, também provocam alterações hormonais.
Fonte: Wikipedia.
Mulheres grávidas que foram expostas a altos
níveis de produtos químicos domésticos comuns encontrados em plásticos,
cosméticos e purificadores de ar deram à luz crianças que tiveram a inteligência
afetada anos depois, revelou um estudo americano publicado nesta quarta-feira.
Matéria da AFP, no Yahoo Notícias, com informações adicionais
do EcoDebate.
Crianças cujas mães tiveram detectados traços
elevados das substâncias di-n-butil ftalato (DnBP) e diisobutil ftalato (DiBP)
apresentaram uma média de QI aproximadamente seis pontos abaixo daquelas cujas
mães tiveram níveis mais baixos de exposição aos compostos químicos.
Com base nos resultados, as pesquisas recomendam
que as grávidas limitem a exposição a produtos aromatizados, incluindo
aromatizadores de ambiente e lenços amaciantes, evitar aquecer alimentos no
micro-ondas dentro de recipientes plásticos e manter distância de plásticos
recicláveis classificados com os números 3, 6 ou 7 para reduzir os riscos para
os filhos.
“Mulheres grávidas nos Estados Unidos estão
expostas ao ftalatos
– um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico – quase
diariamente, muitas em níveis similares àqueles que nós achamos estar
associados a reduções substanciais no QI das crianças”, alertou o principal
autor do estudo, Pam Factor-Litvak, doutor e professor associado de
Epidemiologia na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia,
em Nova York.
“Embora exista alguma regulamentação para proibir
os ftalatos em brinquedos de crianças pequenas, não há nenhuma legislação sobre
a exposição durante a gravidez, que é, provavelmente, o período mais sensível
do desenvolvimento cerebral”, acrescentou.
O estudo [Persistent Associations between
Maternal Prenatal Exposure to Phthalates on Child IQ at Age 7 Years],
publicado no periódico PLOS ONE, é o primeiro a estabelecer uma relação entre
exposição pré-natal aos ftalatos e o QI de crianças em idade escolar.
A pesquisa se baseou em 328 mulheres de renda
baixa da cidade de Nova York e seus filhos.
Foi medida a exposição das mulheres a quatro
ftalatos – DnBP, DiBP, di(2-etilhexil)ftalato e o dietilftalato – no terceiro
trimestre da gravidez, através de amostras de urina.
Seus filhos fizeram testes de QI quando
completaram 7 anos de idade.
“Filhos de mães expostas durante a gravidez à
concentração de 25%, a mais elevada de DnBP e DiBP, tinham QIs 6,6 e 7,6 pontos
mais baixos, respectivamente, do que os filhos de mães expostas a níveis
inferiores a 25% de concentração, após o controlados fatores como QI e educação
da mãe e a qualidade do ambiente doméstico, conhecidos por influenciar os
níveis de QI das crianças”, acrescentou o estudo.
Outras duas pesquisas sobre ftalatos também
demonstraram uma relação com a diminuição do QI.
O nível de exposição encontrado nas mulheres
esteve bem dentro dos limites do que os Centros de Controle e Prevenção de
Doenças dos Estados Unidos (CDCs) observaram em uma amostra nacional.
“O tamanho dessas diferenças de QI é
preocupante”, disse o principal autor do estudo, Robin Whyatt, professor de
ciências de saúde ambiental e vice-diretor do Centro de Saúde Ambiental
Infantil da Escola Mailman.
“Um declínio de seis ou sete pontos no QI pode
ter consequências significativas no desempenho acadêmico e no potencial ocupacional”,
destacou.
O DnBP e o DiBP foram encontrados em lenços
amaciantes (utilizados em secadoras de roupa), fibras de vinil, batom, spray de
cabelo, esmalte e alguns sabonetes. Os produtos nos Estados Unidos raramente
exibem na embalagem a presença de ftalatos.
Referência
Pam Factor-Litvak, Beverly Insel, Antonia M. Calafat, Xinhua Liu, Frederica Perera, Virginia A. Rauh, Robin M. Whyatt
Research Article | published 10 Dec 2014 | PLOS ONE
10.1371/journal.pone.0114003
Fonte: EcoDebate
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