COP20: Países assinam rascunho de
acordo para reduzir gases de efeito estufa.
Documento reconhece a responsabilidade comum e
diferenciada dos países pelo aquecimento e estabelece mecanismos para lidar com
perdas.
A Conferência da Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre mudanças climáticas (COP-20) aprovou na madrugada deste sábado
(14), em Lima, o rascunho de um acordo de redução de emissões de gases de
efeito estufa.
Depois de longas sessões de discussões, que
prorrogou a conferência por dois dias devido às diferenças entre os países
industrializados e em desenvolvimento, a COP-20 chegou a um acordo sobre o
texto que deve ser a base para um pacto global histórico no próximo ano em
Paris.
O projeto de 22 pontos e quatro páginas foi
aprovado no último minuto pelos delegados de 195 países que participaram da
conferência, depois de duas semanas de negociações. O documento reconhece a
responsabilidade comum e diferenciada dos países pelo aquecimento e estabelece
mecanismos para lidar com perdas e danos por fenômenos climáticos extremos,
especialmente nos países pobres e ilhas sob ameaça.
Os países devem anunciar, nos próximos meses, os
seus compromissos para reduzir as emissões globais entre 40% a 70% até 2050,
com a necessidade de limitar a 2°C o aumento da temperatura global.
“Lima deu uma nova urgência rumo à rápida
adaptação e construção de resiliência em todo o mundo em desenvolvimento,
reforçando a ligação ao financiamento e ao desenvolvimento de planos nacionais
de adaptação. Os governos deixaram uma visão muito mais clara de como será o
acordo em Paris em 2015 e a próxima rodada de negociações em Genebra”, disse o
presidente da COP-20, Manuel Pulgar Vidal.
Até o último momento, as fortes diferenças entre
as nações do Norte e do Sul foram mantidas. Os países ricos consideram que os
futuros compromissos nacionais devem centrar-se na redução das emissões de
gases de efeito estufa, com uma avaliação futura com base em informações
precisas e transparente dos passos dados em cada nação.
Mas o Sul, especialmente a África, América Latina
e os pequenos estados insulares, não está disposto a assumir a redução de
emissões se não houver garantias financeiras dos países ricos que permita a
adaptação a novas tecnologias limpas para o aquecimento global e seu impacto
crescente.
A China e a Índia, primeiro e quarto emissores
globais por causa de suas indústrias de carvão altamente poluentes, se opõem a
um sistema de avaliação que possam lhes constranger, e pressionam os países
desenvolvidos a contribuir financeiramente à medida de sua responsabilidade
como os maiores geradores de aquecimento.
Fonte: Agência Brasil
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