Mobilização adia votação de lei
que pode agravar a crise de água em SP.
por
Redação da SOS Mata Atlântica
Após ato no Monumento às Bandeiras, Fundação SOS
Mata Atlântica reuniu-se com líderes políticos para mostrar falhas graves no
projeto, que pode reduzir matas ciliares em São Paulo.
A Fundação SOS Mata Atlântica realizou nesta
terça-feira (9) uma mobilização contra o Projeto de “Lei do Desmatamento” (PL
219/14), que regulariza o desflorestamento e diminui as APPs (Áreas de
Preservação Permanente), assim como as matas ciliares em São Paulo, acentuando
ainda mais a crise de água no Estado. A votação do projeto, que está sob regime
de urgência, foi retirada da pauta temporariamente para uma nova rodada de
discussão.
Nesta quarta-feira (10), a coordenadora da Rede das
Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, irá participar da reunião do colégio
de líderes para apontar falhas técnicas no projeto. ”Conseguimos mostrar que há
problemas gravíssimos, levando a discussão para o Conselho de Recursos Hídricos
e líderes da assembleia. Mas uma parte dos deputados continua irredutível,
precisamos manter a sociedade mobilizada”, afirma o diretor de Políticas
Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani.
O evento, organizado por meio das redes sociais,
contou com a presença de cerca de 150 pessoas, que participaram da manifestação
no Monumento às Bandeiras, em frente à Assembleia Legislativa, onde foi feito
um mosaico de baldes vazios para simbolizar a escassez de água no Estado. Com
faixas e bandeiras, a mobilização teve o objetivo de conscientizar a população
sobre o problema e alertar os deputados estaduais a não votarem o PL 219/2014.
Após a manifestação, o grupo se dirigiu para a Assembleia Legislativa e cobrou
dos deputados um debate mais amplo sobre o projeto de lei, que poderia ser
votado nesta terça-feira.
Em estudos recentes da SOS Mata Atlântica
divulgados em outubro deste ano constatou-se que a cobertura florestal nativa
na bacia hidrográfica e nos mananciais que compõem o Sistema Cantareira, centro
da crise no abastecimento de água que assola São Paulo, está pior do que se
imaginava. Hoje, restam apenas 488 km² (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica
e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema Cantareira.
Durante a manifestação, Malu Ribeiro, coordenadora
da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, reforçou o Não ao PL219 e defendeu a
proteção à agua.
Fonte: SOS Mata Atlântica
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