ICMBio
planta 20 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica .
Intenção é recuperar áreas degradadas na Estação
Ecológica Mata Preta (SC).
Brasília (16/12/2014) — O Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) plantou no mês de dezembro 20 mil
mudas de espécies nativas da Mata Atlântica na Estação Ecológica (Esec) da Mata
Preta (SC). A ação faz parte do projeto Araucária, desenvolvido pela Associação
de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) em parceria com o ICMBio.
O objetivo é conservar e recuperar remanescentes de Mata Atlântica por meio da
recuperação de áreas degradadas na Unidade de Conservação (UC).
"O projeto também pretende enriquecer as
florestas secundárias, principalmente aquelas que estão em propriedades de
agricultura familiar no estado de Santa Catarina, incluindo as áreas em UCs e
regiões do entorno", explicou .
O analista ambiental Antonio de Almeida Correia Junior.
Na Estação Ecológica da Mata Preta existem áreas
que não são cobertas com a floresta ombrófila mista, também conhecida por Mata
de Araucárias, que é a formação típica da UC. Até pouco tempo, essas regiões
eram usadas como lavouras e pastos, o que pode ser prejudicial para a floresta
a médio e longo prazo. "Com o plantio dessas mudas de espécies nativas, a
gente espera que a floresta se recupere em menos tempo e com uma diversidade
maior das espécies", destacou Correia.
Entre as mudas plantadas estão 70 espécies, como
canela-sassafrás (Ocotea odorífera), jaboticabeira (Myrciaria caulifolia),
uvaia (Eugenia pyriformis), pitanga (Eugenia uniflora), ipê-amarelo (Tabebuia
chrysotricha), imbuia (Ocotea porosa), guabiju (Myrcianthes pungens) e
araucária (Araucaria angustifólia). As mudas foram produzidas pelo viveiro
Jardim das Florestas, da Apremavi, e pelo viveiro do Grupo Grimpeiro, de São
Domingos (SC).
"As espécies utilizadas abrangem todos os
estágios do modelo de sucessão ecológica, na proporção de 50 % de espécies
pioneiras, 25 % de espécies secundárias iniciais e 25 % de espécies secundárias
tardias e clímax. Assim, espera-se que as espécies pioneiras e secundárias
iniciais, de crescimento rápido e vida mais curta, deem abrigo e criem
condições para que as espécies de vida mais longa, que são as secundárias
tardias e clímax, se estabeleçam como ocorre numa floresta natural",
completou o analista ambiental.
Entre os blocos de plantio, foram plantadas mudas
grandes e bem desenvolvidas de espécies nativas frutíferas e nectaríferas que
servirão de poleiros naturais. Esses poleiros devem atrair aves e mamíferos que
atuarão como dispersores de sementes, acelerando o processo de restauração e
aumentando a diversidade das espécies. A restauração florestal deverá promover
a conexão de núcleos de florestas isolados atualmente pelas antigas lavouras
melhorando o fluxo de fauna, que poderá abrigar-se e utilizar os recursos
desses locais.
Além disso, a restauração dessas regiões dentro
da Esec criará oportunidades para a execução de pesquisas científicas sobre
desenvolvimento de floresta em áreas impactadas, dinâmica da fauna em áreas
impactadas e em restauração, desenvolvimento de espécies em áreas impactadas,
entre outras, com potencial para tornar a UC em uma referência regional sobre o
tema "restauração florestal". Para estimular a proposição de novos
projetos de pesquisa na Estação Ecológica Mata Preta, está prevista para abril
de 2015 uma oficina com pesquisadores de instituições de Santa Catarina e do
Paraná.
O plantio, que durou cerca de dez dias, contou
com a ajuda do Grupo Grimpeiro, organização não governamental de São
Domingos/SC, e com a participação de 65 estudantes de três escolas: Centro
Estadual de Educação Profissional Assis Brasil, de Clevelândia/PR, Escola de
Ensino Básico Paulo Freire, do Assentamento José Maria, em Abelardo Luz/SC e
Escola de Educação Básica João Roberto Moreira, de São Domingos/SC. Os alunos
observaram e aplicaram as técnicas de plantio para restauração de áreas
degradadas aprendidas nas palestras preparatórias ministradas pela equipe do
Projeto Araucária e da Esec da Mata Preta.
Sobre a Estação Ecológica da Mata Preta
A Esec da Mata Preta foi criada em outubro de
2005 para proteger, principalmente, o bioma Mata Atlântica. Com uma área de 6,5
mil hectares, está localizada em Santa Catarina e abriga diversas espécies
ameaçadas de extinção, como o Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a
Jaguatirica (Leopardus pardalis), o Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus),
o Gato palheiro (Oncifelis colocolo), a Suçuarana (Puma concolor) e o Veado
Bororó do Sul (Mazama nana).
Fonte: ICMBio
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